O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), admitiu que o impasse dificulta até mesmo prever um prazo para apresentação do texto. Segundo ele, sem consenso, não há como falar em votação em breve.
Por Redação – de Brasília
O Projeto de Lei (PL) da Dosimetria congelou no Congresso, diante de um impasse entre Senado e Câmara. O bloqueio é resultado direto da insatisfação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que não aceitou a mudança de rota definida pela cúpula da Câmara sobre a tramitação da proposta.

A alteração previa que a análise tivesse início pela Câmara, e não pelo Senado, como acertado inicialmente. Essa mudança coloca a palavra final nas mãos dos deputados, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém maior influência política.
O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), admitiu que o impasse dificulta até mesmo prever um prazo para apresentação do texto. Segundo ele, sem consenso, não há como falar em votação em breve.
Proposta
Além do desconforto de Alcolumbre, senadores liderados por Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) já se organizaram para barrar qualquer proposta que contenha anistia ou forte redução de penas para Bolsonaro.
— Vamos dar ao PL da Dosimetria o mesmo destino da PEC da Blindagem — declarou Renan Calheiros.
Na Câmara, a dificuldade é ainda maior diante da insistência do PL em aprovar um projeto de anistia. Um interlocutor do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), reconheceu que o cenário é desfavorável.
— Do jeito que está, o projeto não irá avançar de jeito nenhum — adianta Motta, que busca se associar a pautas de maior apelo popular como isenção do Imposto de Renda, e evita se desgastar com temas polêmicos ligados ao bolsonarismo, ora em declínio segundo pesquisas de opinião.