Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Pesquisa mostra que otimismo com recuperação econômica está em queda

Arquivado em:
Domingo, 08 de Dezembro de 2019 às 10:15, por: CdB

Pouco antes da posse de Bolsonaro, 65% da população demonstravam acreditar que a economia daria sinais de melhora. Hoje são 43%.

 
Por Redação, com DW - de São Paulo
  Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo aponta que a lenta recuperação econômica do Brasil estabilizou a perda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que vinha sendo constante ao longo do ano.
bolsonaro-1.jpg
Maioria dos brasileiros ainda reprova o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas quem o aprova são os ricos, brancos e ultrarreligiosos
De acordo com o instituto, a taxa de reprovação do governo, que tinha chegado a 38% em agosto, oscilou negativamente para 36% na primeira semana de dezembro, ainda dentro da margem de erro do levantamento, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Já a aprovação do governo oscilou um ponto percentual para cima, de 29% para 30%, também dentro da margem de erro. Segundo o instituto, a estabilização dos números está ligada à lenta recuperação da atividade econômica, que melhorou os índices de aprovação de Bolsonaro entre as camadas mais ricas da população. De acordo com o Datafolha, 43% da população veem com otimismo a situação econômica e acha que ela vai melhorar nos próximos meses. Em agosto, quando ocorreu a última pesquisa, o índice era de 40%.

Péssimo ou ruim

Ainda assim, o número é significativamente mais baixo do que registrado pelo instituto em dezembro de 2018, pouco antes da posse de Bolsonaro, quando 65% da população demonstravam acreditar que a economia daria sinais de melhora. Já o nível de otimismo com a atuação do governo caiu ainda mais desde agosto, atingindo o índice mais baixo, marcado quando Bolsonaro chegou ao poder. Ainda assim, dentro da margem de erro em relação à pesquisa anterior. Em abril, 59% achavam que ele faria um governo merecedor de aprovação. Em agosto, o índice chegou a 45%. Oscilou negativamente mais uma vez em dezembro, chegando a 43%. Em abril, pesquisa Datafolha havia mostrado que 30% da população avaliavam o governo como péssimo e ruim. Os números pioraram nos meses seguintes, chegando a 38% em agosto. Ao mesmo tempo, o percentual de pessoas que avaliaram a administração como ótima ou boa variou de 32% para 29% entre abril e agosto. Já o índice dos que apontaram o governo como regular variou entre 33% e 30%, alcançando 32% em dezembro.

Pretos e pobres

O instituto ainda pediu aos entrevistados para que eles atribuíssem uma nota ao governo, em uma escala de 0 a 10. A média atribuída pelos entrevistados ao presidente foi 5,1, a mesma registrada em agosto. A pesquisa ainda apontou os segmentos onde mais pessoas avaliam o governo como ótimo ou bom e que superam a média nacional de 30%. Entre eles estão homens (35%), brancos (37%),  evangélicos neopentecostais (39%), pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos (44%) e empresários (58%). Outros setores, no entanto, tem uma prevalência maior de pessoas que avaliam o governo como ruim e péssimo  e que superam a média nacional de 36% observada em dezembro. Entre eles estão as mulheres (41%), pretos (46%), indígenas (50%), os mais pobres (43%) e moradores do Nordeste (50%). Em áreas específicas de atuação, a avaliação ótimo/bom de como o governo vem lidando com a economia melhorou, subindo de 20% para 25%, entre agosto e dezembro. Já a taxa de aprovação do governo no combate à corrupção caiu de 34% para 29%, segundo o Datafolha. Ainda de acordo com o instituto, o temperamento de Bolsonaro continua sendo encarado com desconfiança pela maior parte da população.

Reprovação

Os números mostram que 28% dos entrevistados avaliam que o presidente nunca se comporta de uma forma aceitável no cargo. Outros 28% reprovam seu comportamento na maioria das situações e 25% acham que Bolsonaro não se comporta adequadamente em algumas ocasiões. Apenas 14% acreditam que ele sempre tem comportamentos que condizem com o cargo que ocupa. Ainda segundo o instituto, Bolsonaro, com seus 30% de aprovação, chega ao fim do primeiro ano do seu mandato com a pior avaliação entre os presidentes eleitos desde 1994. Fernando Henrique Cardoso chegou ao fim de 1995 com uma aprovação de 41%, Lula, com 42%. Dilma, 59%. Entre os presidentes diretamente eleitos desde a redemocratização, apenas Fernando Collor registrou uma aprovação mais baixa ao final do seu primeiro ano de governo na série do Datafolha. No final de 1990, apenas 23% avaliaram seu governo como ótimo e bom. No entanto, a reprovação (ruim/péssimo) do ex-presidente foi mais baixa do que a de Bolsonaro: 34%, contra 36% do atual mandatário. Já Fernando Henrique, Lula e Dilma chegaram ao fim dos seus primeiros 12 meses de governo com índices de reprovação iguais ou inferiores a 15%. O Datafolha entrevistou 2.948 pessoas em 176 municípios do país na quinta-feira e na sexta-feira.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo