O Exército russo disse que derrotou militantes que atacaram uma região da fronteira russa com a Ucrânia veículos blindados no dia anterior, matando mais de 70 "nacionalistas ucranianos" e empurrando o restante de volta para a Ucrânia.
Por Redação, com Reuters - de Moscou
A Rússia reagirá de forma "extremamente dura" a novos ataques de combatentes que entrarem em seu território vindos da Ucrânia, disse o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu, nesta quarta-feira.
O Exército russo disse na terça-feira que derrotou militantes que atacaram uma região da fronteira russa com a Ucrânia veículos blindados no dia anterior, matando mais de 70 "nacionalistas ucranianos" e empurrando o restante de volta para a Ucrânia.
– Continuaremos a responder a essas ações dos militantes ucranianos de forma rápida e extremamente severa – disse Shoigu às autoridades do Ministério da Defesa, em comentários publicados pelo ministério.
Equipamento ocidental por invasores do território russo é padrão
O Kremlin disse nesta quarta-feira que o uso de equipamentos militares de fabricação ocidental por combatentes pró-ucranianos que realizaram um ataque em uma região russa na fronteira com a Ucrânia nesta semana foi consistente com o crescente envolvimento do Ocidente no conflito na Ucrânia.
As imagens de alguns dos veículos destruídos usados pelos combatentes pró-ucranianos transmitidas pela mídia estatal russa mostravam equipamentos militares fabricados nos EUA.
– Não é segredo para nós que mais e mais equipamentos estão sendo entregues às Forças Armadas da Ucrânia. Não é segredo que esse equipamento está sendo usado contra nossos próprios militares. E não é segredo para nós que o envolvimento direto e indireto dos países ocidentais nesse conflito está crescendo a cada dia – disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
– Estamos tirando as conclusões apropriadas.
Europa impõe sanções ao comércio de diamantes russos
Há meses, a União Europeia vinha considerando impor sanções contra os diamantes russos comercializados na Europa, especialmente na cidade de Antuérpia, na Bélgica. O anúncio das restrições ao comércio dessas pedras preciosas, exportadas pela Rússia, foi feito diretamente de Hiroshima, no Japão, onde os líderes do G7 estavam reunidos.
A cada ano, a Rússia obtém uma receita entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões (equivalente a R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões) por meio do comércio de diamantes brutos, valores que, de acordo com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estão contribuindo para o financiamento da guerra na Ucrânia.
Esse setor é considerado um dos mais rentáveis para Moscou, ocupando o terceiro lugar entre os produtos de exportação do país, depois do petróleo e do gás, e até então estavam sendo poupados das sanções do bloco europeu.
O motivo era o lobby do governo da Bélgica, que tentava resistir às medidas de sanção devido à proteção do principal centro de venda de diamantes do mundo, localizado em Antuérpia, a segunda maior cidade do país.
Recentemente, Zelensky fez um apelo enfático, ressaltando que "a paz possui uma importância superior à dos diamantes russos comercializados em Antuérpia".
Sanções no G7
As 7 principais economias mundiais optaram por intensificar a pressão sobre Moscou e "restringir o acesso da Rússia a tecnologia, equipamentos industriais e serviços que sustentam sua máquina de guerra", como anunciado em um comunicado divulgado em Hiroshima, no Japão. O Reino Unido também divulgou sanções ao setor de mineração russo, incluindo proibições de exportação de alumínio, diamantes, cobre e níquel.
Atualmente, a Antuérpia é responsável por negociar 85% dos diamantes brutos e 50% dos diamantes lapidados em todo o mundo, totalizando cerca de US$ 50 bilhões anuais (aproximadamente R$ 250 bilhões). Antes do início da guerra na Ucrânia, os diamantes russos representavam aproximadamente 25% do total de diamantes importados pela Antuérpia.