Capaz de abrigar ogivas nucleares, o armamento já foi utilizado contra a cidade ucraniana de Dnipro no fim de novembro, em resposta à autorização dos Estados Unidos para Kiev usar mísseis norte-americanos de longo alcance.
Por Redação, com ANSA – de Moscou
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desafiou nesta quinta-feira o Ocidente a um “duelo” com o míssil hipersônico Oreshnik, que, segundo o Kremlin, não pode ser interceptado.

Capaz de abrigar ogivas nucleares, o armamento já foi utilizado contra a cidade ucraniana de Dnipro no fim de novembro, em resposta à autorização dos Estados Unidos para Kiev usar mísseis norte-americanos de longo alcance em ataques contra alvos na Rússia.
– Vamos deixar que o Ocidente determine um alvo em Kiev, concentre todos os sistemas de defesa antimísseis ali, e nós lançamos o Oreshnik. Estamos prontos para esse experimento, seria interessante para nós – ironizou Putin durante sua coletiva de imprensa de fim de ano, acrescentando que o projétil não pode ser derrubado pelas defesas antiaéreas ocidentais.
– Se os especialistas (ocidentais) acreditam que seja possível (abater o míssil), então proponho um duelo tecnológico – declarou.
Na mesma coletiva de imprensa, Putin assegurou que está “pronto para negociar” com a Ucrânia, mas desde que Kiev esteja disposta a “compromissos”. “A situação no fronte está mudando drasticamente, e estamos mais perto de nossos objetivos prioritários”, disse.
A guerra na Ucrânia já se arrasta há quase três anos, mas a Rússia tem conseguido avanços lentos no leste do país vizinho nos últimos meses e controla parcialmente as províncias de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia, além da península da Crimeia, tomada em 2014.
Putin admite erros de inteligência russa em morte de general
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta quinta-feira que o assassinato do general Igor Kirillov em um atentado em Moscou foi resultado de “graves erros” dos serviços de inteligência do país.
O militar chefiava as forças de defesa nuclear, química e biológica do Exército russo e foi atingido por um explosivo instalado em uma patinete elétrica na porta de um edifício residencial a 6,5 quilômetros do Kremlin.
O ataque foi reivindicado por fontes do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), órgão de inteligência de Kiev, mas não de forma oficial.
– Nossos serviços especiais deixaram passar esses ataques, isso significa que precisamos melhorar esse trabalho. Não podemos permitir que erros tão graves aconteçam – declarou Putin em sua coletiva de imprensa de fim de ano.
Kirillov é o oficial de mais alto escalão morto em um ataque atribuído pela Ucrânia em solo russo desde o início da guerra.
Um cidadão do Uzbequistão de 29 anos foi preso por suspeita de participar do atentado. Segundo o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), o indivíduo foi recrutado pela Ucrânia com a promessa de ganhar US$ 100 mil (R$ 613 mil) e “uma viagem para viver em um dos países da União Europeia”.