Não é a primeira vez que Moro foge ao debate. Ao ser questionado sobre o combate aos privilégios do Judiciário, em recente entrevista ao canal norte-americano de TV CNN, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro usou de evasivas, generalizou e falou sobre o funcionalismo em tom de corporativismo.
Por Redação - de São Paulo
O termo "Arregou" subiu aos primeiros lugares ao longo desta terça-feira, nas redes sociais, depois que o ex-juiz suspeito Sérgio Moro fugiu do debate com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. Em entrevista ao canal MyNews, na internet, Moro foi pressionado pela jornalista Mara Luquet sobre o convite de Ciro para o que ela afirmou ser apenas um "diálogo".
— A questão é que a gente está construindo o nosso projeto, está apresentando. O Ciro primeiro tem que largar essa postura dele agressiva, ofensiva para dialogar — esquivou-se.
Ato seguinte, foi interpelado por Luquet:
— Não, não. Nos diálogos eu que faço a mediação. Não tem ofensa a ninguém.
Moro, então, desvia o olhar e argumenta: ”É, mas assim…".
— Se for para entrar num debate, diálogo com alguém que começa ofendendo, como ele tem feito toda hora, aí não é debate, não agrega nada — acrescenta, em um tom mais baixo.
Tom de voz
Não é a primeira vez que Moro foge ao debate. Ao ser questionado sobre o combate aos privilégios do Judiciário, em recente entrevista ao canal norte-americano de TV CNN, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro usou de evasivas, generalizou e falou sobre o funcionalismo em tom de corporativismo, o que irritou o jornalista William Waak.
— Dentro do governo, eu era favorável a uma reforma administrativa. Nós precisamos ter uma reforma administrativa que valorize o servidor. Nós precisamos, claro, diminuir custos desnecessários, mas não podemos tratar o servidor publico como vilão — titubeou Moro.
No vídeo, foi possível observar as expressões de perplexidade de William Waack com a falta de objetividade do ex-juiz.
— Eu não sei se quem nos assiste entendeu se, afinal de contas, o senhor lutaria contra determinados privilégios no funcionalismo público, mas deixo a seu critério se quiser prosseguir nessa linha — emendou Waack.
Na tentativa de se tornar mais efetivo, Moro tem tentado mudar o tom de voz, a fim de reduzir falhas e mudanças no tom, que por vezes desafina. A responsável pelas alterações na voz do ex-juiz é a fonoaudióloga Leny Kirillos.