Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Parlamentares do PDT elevam o tom pela expulsão de Ciro Gomes

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Terça, 29 de Outubro de 2024 às 09:16, por: CdB

Deputados da legenda, segundo apurou a mídia conservadora, articulam a ejeção de Ciro para proteger o alinhamento partidário e assegurar o melhor desempenho nas eleições de 2026. O deputado Josenildo (PDT-AP) foi enfático ao afirmar que tomará medidas formais.

Por Redação – de Fortaleza

A vitória do candidato petista Evandro Leitão, na capital cearense, foi a gota d’água para consolidar o destino do ex-presidenciável Ciro Gomes, por trair os preceitos básicos do partido fundado pelo socialista Leonel de Moura Brizola. A pressão para que ele seja expulso do PDT cresce entre parlamentares do partido, que criticam a decisão do ex-ministro em recentes eleições municipais e sua posição política ligada à extrema direita neofascista.

Ciro Gomes se aproximou, definitivamente, das forças de ultradireita

Deputados da legenda, segundo apurou a mídia conservadora, articulam a ejeção de Ciro para proteger o alinhamento partidário e assegurar o melhor desempenho nas eleições de 2026. O deputado Josenildo (PDT-AP) foi enfático ao afirmar que tomará medidas formais caso a legenda não chegue a um consenso sobre o tema.

— Eu vou protocolar um pedido de expulsão se isso não avançar de uma forma consensual no partido. Ele está indo para outro rumo. Como está se desviando da rota, até para o partido retomar esse crescimento, que busque um partido que pense igual a ele — afirmou.

 

Repercussão

A divergência acentuou-se após declarações de Gomes que, segundo integrantes do partido, comprometeram a unidade e o desempenho do PDT nas eleições municipais. Em agosto, o ex-governador cearense criticou publicamente a candidatura de Duda Salabert (PDT-MG) à prefeitura de Belo Horizonte, alegando que ela “não tem preparo” para o cargo.

A repercussão foi negativa e aumentou as tensões internas. Em resposta, Duda afirmou em grupos de WhatsApp que Ciro era um “repelente de votos”.

A maior preocupação dos parlamentares, no entanto, recai sobre as ações de Ciro em Fortaleza. Durante o segundo turno das eleições, o ex-ministro foi acusado de apoiar, ainda que indiretamente, o deputado federal bolsonarista André Fernandes, que disputava a prefeitura contra Leitão. Embora o PDT cearense tenha adotado uma posição de neutralidade, permitindo que seus seguidores escolhessem livremente quem apoiar, aliados de Ciro, incluindo o ex-prefeito Roberto Cláudio, alinharam-se a Fernandes e seu discurso de extrema direita.

 

Legenda

Roberto Cláudio não apenas manifestou seu apoio como participou ativamente da campanha de Fernandes. O apoio foi reforçado quando dois irmãos de Roberto Cláudio doaram R$ 500 mil para a candidatura do deputado bolsonarista, e seis dos oito vereadores eleitos pelo PDT em Fortaleza também se posicionaram a favor de Fernandes.

Para militantes do partido, esses gestos representaram um “apoio velado” de Ciro a um adversário político que contraria os princípios da legenda.

Diante do ambiente tenso, marcado pela insatisfação, a expectativa é que as discussões internas se intensifiquem nas próximas semanas. A permanência ou a ausência de Ciro Gomes no PDT será decisiva para definir o rumo do partido.

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