O PSOL se adiantou e leva o nome do deputado eleito Marcelo Freixo (RJ). Os dirigentes do partido passaram a costurar um acordo com PT, PCdoB e PDT para tentar consolidar uma chapa contra Rodrigo Maia.
Por Redação - de Brasília
Após o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, anunciar apoio à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, parlamentares de partidos de esquerda reagiram e passaram a costurar uma candidatura de oposição.
O PSOL se adiantou e leva o nome do deputado eleito Marcelo Freixo (RJ). Os dirigentes do partido passaram a costurar um acordo com PT, PCdoB e PDT para tentar consolidar uma chapa contra Rodrigo Maia.
Maia, no entanto, contava com o apoio de parlamentares da esquerda. O anúncio do partido de Bolsonaro à candidatura dele, porém, irritou parte dos deputados. Ao todo, PT, PCdoB, PDT e PSOL elegeram 103 deputados.
Construção
Freixo confirmou sua candidatura à presidência da Câmara.
— A notícia do PSL antecipou o anúncio. Como que a gente vai fechar com um presidente que tem a agenda do Guedes? É uma candidatura para fortalecer um campo republicano e democrático — disse o parlamentar.
Para o líder do PSOL, trata-se de “uma candidatura à serviço dessa construção”.
— Precisamos resgatar o espírito da Constituição de 1988. O Congresso tem que se comprometer com o enfrentamento à desigualdade. Essa não será uma prioridade desse governo, tem que ser do Congresso — acrescentou.
Reeleição
Freixo também vai buscar o apoio da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, à sua candidatura. O PT, por sua vez, deixou claro que não terá candidato próprio. O PSOL também procurou o presidente do PDT, Carlos Lupi, e tentará o apoio do PcdoB e da Rede.
Embora Maia diga que ainda falta muito tempo até a escolha de seu sucessor, tem buscado incansavelmente o apoio à reeleição e não considera Freixo um perigo imediato aos seus planos.
Maia já penhorou seu apoio à agenda econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, se for reeleito, e comemora o apoio do PSL. Um dos motivos que levava o PSL a votar em Maia era a simpatia de setores da centro-esquerda por sua candidatura.
Conservador
Mas, agora, deputados aliados a Bolsonaro afastaram o risco de que, no cargo, Maia paute uma agenda de costumes para agradar à esquerda. Conservador, Maia garantiu que não só não apoia a agenda de costumes da esquerda desde sempre, mas não vê futuro na votação das propostas.
— Como o campo deles sabe que seriam derrotados hoje em plenário, porque a direita tem maioria — disse, a jornalistas.
Assim, Maia adianta que o mote da campanha será "agenda econômica nos próximos dois anos". E, após dois anos:
— Não sou mais presidente.