Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Governo não explica compra de programa-espião feito em Israel

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Quarta, 19 de Janeiro de 2022 às 14:49, por: CdB

A ferramenta seria utilizada neste ano, de eleição, para observar e atacar opositores políticos. O nome da pessoa que participou da conversa não foi revelado, mas esta responderia extraoficialmente ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos). Parlamentares avaliam que a possível compra do sistema espião ameace a democracia brasileira.

Por Redação - de Brasília
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados enviou um requerimento ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura urgente de investigações sobre o interesse do governo Jair Bolsonaro (PL) em um sistema espião israelense.
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Carlos Bolsonaro, o filho '02' do presidente, está atolado em uma série de processos
Em seu blog, no inicio desta semana, o jornalista Jamil Chades no portal UOL de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, revelou que o "Gabinete do Ódio” — uma estrutura montada com apoio direto da Presidência da República para a disseminação de notícias falsas — iniciou tratativas com a empresa DarkMatter (matéria escura em português) para adquirir um sistema capaz de invadir computadores e celulares de alvos, inclusive quando os aparelhos estão desligados. A ferramenta seria utilizada neste ano, de eleição, para observar e atacar opositores políticos. O nome da pessoa que participou da conversa não foi revelado, mas esta responderia extraoficialmente ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos). Parlamentares avaliam que a possível compra do sistema espião ameace a democracia brasileira.

Software

Na véspera, deputado federal Ivan Valente (PSOL) entrou com pedidos de informação ao governo para saber mais sobre a tentativa do "gabinete do ódio" de adquirir a ferramenta espiã DarkMatter. Nos pedidos enviados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao comando do Exército e à Presidência da República, Ivan Valente pede informações sobre as "reuniões realizadas" por funcionários do governo "com representantes das empresas DarkMatter, Polus Tech e NSO Group (desenvolvedor do poderoso artefato Pegasus). "Solicito, ainda, os registros de entrada e saída de representantes das referidas empresas nas dependências destes órgãos, desde janeiro de 2019", diz o pedido. O parlamentar da oposição também pede às instituições a relação das pessoas que integraram as comitivas presidenciais e de funcionários públicos que estiveram em Dubai durante o ano de 2021. Procurados por repórteres, nas últimas 48 horas, o vereador Carlos Bolsonaro, o GSI e o Palácio do Planalto não responderam aos questionamentos enviados sobre o programa espião.
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