A ferramenta seria utilizada neste ano, de eleição, para observar e atacar opositores políticos. O nome da pessoa que participou da conversa não foi revelado, mas esta responderia extraoficialmente ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos). Parlamentares avaliam que a possível compra do sistema espião ameace a democracia brasileira.
Por Redação - de Brasília
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados enviou um requerimento ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura urgente de investigações sobre o interesse do governo Jair Bolsonaro (PL) em um sistema espião israelense.
Em seu blog, no inicio desta semana, o jornalista Jamil Chades no portal UOL de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, revelou que o "Gabinete do Ódio” — uma estrutura montada com apoio direto da Presidência da República para a disseminação de notícias falsas — iniciou tratativas com a empresa DarkMatter (matéria escura em português) para adquirir um sistema capaz de invadir computadores e celulares de alvos, inclusive quando os aparelhos estão desligados.
A ferramenta seria utilizada neste ano, de eleição, para observar e atacar opositores políticos. O nome da pessoa que participou da conversa não foi revelado, mas esta responderia extraoficialmente ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos). Parlamentares avaliam que a possível compra do sistema espião ameace a democracia brasileira.
Software
Na véspera, deputado federal Ivan Valente (PSOL) entrou com pedidos de informação ao governo para saber mais sobre a tentativa do "gabinete do ódio" de adquirir a ferramenta espiã DarkMatter.
Nos pedidos enviados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao comando do Exército e à Presidência da República, Ivan Valente pede informações sobre as "reuniões realizadas" por funcionários do governo "com representantes das empresas DarkMatter, Polus Tech e NSO Group (desenvolvedor do poderoso artefato Pegasus).
"Solicito, ainda, os registros de entrada e saída de representantes das referidas empresas nas dependências destes órgãos, desde janeiro de 2019", diz o pedido. O parlamentar da oposição também pede às instituições a relação das pessoas que integraram as comitivas presidenciais e de funcionários públicos que estiveram em Dubai durante o ano de 2021.
Procurados por repórteres, nas últimas 48 horas, o vereador Carlos Bolsonaro, o GSI e o Palácio do Planalto não responderam aos questionamentos enviados sobre o programa espião.