Segundo Cardoso, sua decisão foi tomada “após ouvir os senadores”. A data escolhida está dois dias depois das eleições municipais, conforme destacado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quando anunciou a data da análise do plenário.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
A sabatina do economista Gabriel Galípolo no Senado está marcada para o dia 8 de outubro, conforme adiantou o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), segundo a revista CartaCapital. Assim, o procedimento será feito no mesmo dia em que o plenário da Casa votará a indicação do indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o comando do Banco Central (BC).
Segundo Cardoso, sua decisão foi tomada “após ouvir os senadores”. A data escolhida está dois dias depois das eleições municipais, conforme destacado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quando anunciou a data da análise do plenário. O relator da indicação na CAE será o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado. A indicação de Wagner para a relatoria foi feita pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT).
Em conversa com senadores, Galípolo se manifestou favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede autonomia orçamentária e financeira para a instituição. O economista reuniu-se com o relator da proposta no Senado, Plínio Valério (PSDB-AM). O governo, no entanto, trabalha contra a aprovação do projeto.
Declaração
Valério recebeu Galípolo em seu gabinete na véspera, em atendimento ao pedido do diretor do BC por votos para sua indicação.
— Falamos da lei de minha autoria que deu autonomia financeira ao Banco Central (em 2021) e ele disse que é favorável à PEC. E eu disse a ele que, de minha parte, ele não terá nenhum empecilho — afirmou Valério ao diário conservador paulistano ‘O Estado de S. Paulo’, nesta manhã.
A PEC coloca na Constituição o BC como uma instituição de natureza especial com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira, deixando de ser uma autarquia que tem o orçamento tutelado pelo governo federal. O relator fez mudanças no texto, após uma série de adiamentos na análise da proposta, para suavizar a autonomia, em atendimento ao governo. A proposta também obrigado o BC a ter um limite de gastos, sem definir o valor.
Atrito
A medida é apoiada pelo atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um dos mentores intelectuais do projeto. Até então, Gabriel Galípolo era o único na cúpula do BC que ainda não havia conversado com o relator da PEC no Senado. Um dos principais motivos para apoiar a autonomia financeira é permitir que funcionários do Banco Central tenham melhores salários e aumentar a atratividade de profissionais em comparação com a iniciativa privada.
Na opinião do relator, o presidente Lula é contra a PEC por alimentar um atrito com Campos Neto, a quem criticou diversas vezes e pressionou pela redução da taxa básica de juros. A mudança no comando do Banco Central favorece a aprovação da proposta, segundo seu autor e atual presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO).