Brasileiros passam a acreditar mais na política, segundo o Ipec

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Publicado terça-feira, 18 de julho de 2023 as 15:41, por: CdB

Após a eleição de 2018, porém, o indicador voltou a obter valores em patamares observados anteriormente, indicando uma maior disposição dos eleitores em se envolver com a política partidária.

Por Redação – do Rio de Janeiro

Os eleitores brasileiros passaram a confiar mais nos partidos políticos, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira. Segundo o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), a confiança dos eleitores brasileiros nos partidos políticos atingiu até agora, no semestre que se encerra, o maior patamar em 15 anos.

Congresso
O Congresso abriga, hoje, um contingente de parlamentares com maior credibilidade pública, segundo o Ipec

Os números constam da atual edição do Índice de Confiança Social (ICS), série anual de pesquisas presenciais conduzidas desde 2009 pelo Ibope e mantida com a mesma metodologia pelo Ipec. A pesquisa também revelou que a imagem do Congresso e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), melhoraram ao longo deste ano, pouco mais de seis meses após os ataques golpistas do 8 de Janeiro contra as instituições democráticas.

O estudo destaca, ainda, que católicos e evangélicos ainda refletem a polarização de 2022 e que a confiança dos brasileiros no presidente Lula alcançou seu maior nível desde 2012. O índice do Ipec classifica instituições com notas de zero a 100, sendo que zero indica nenhuma confiança e 100, muita.

‘Antipolítica’

As instituições ligadas à política ainda ocupam as últimas posições no ranking, mas nunca atingiram, desde 2009, os patamares atuais. Partidos políticos chegaram a 34 pontos nessa escala, enquanto o Congresso marcou 40, ambos registrando aumento significativo em relação a 2022. Entre 2015 e 2018, os partidos marcavam entre 16 e 18 e o Congresso entre 18 e 22.

De acordo com a diretora do Ipec, Márcia Cavallari, a melhora na opinião pública em relação aos partidos indica que o clima de “antipolítica”, banalizado no ápice da ‘Operação Lava Jato’ e no processo de golpe contra a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), ficou para trás. Cavallari indicou, ainda, que este ponto costumava crescer em anos eleitorais, mas entre 2015 e 2018, o índice de confiança nos partidos atingiu o menor valor da série, refletindo a negação da política vivida nesse período.

Após a eleição de 2018, porém, o indicador voltou a obter valores em patamares observados anteriormente, indicando uma maior disposição dos eleitores em se envolver com a política partidária. A pesquisa mostrou ainda que os jovens com idades entre 16 e 24 anos são os que melhor avaliam os partidos, alcançando 40 pontos na escala de confiança.

Reconstrução

Os moradores do Nordeste, de acordo com o estudo, têm percepções mais positivas do que a média, com as siglas registrando 41 pontos na região. Quanto ao Congresso, suas melhores avaliações vieram da população de baixa renda (classes D e E) e dos menos escolarizados (que cursaram apenas até o ensino fundamental).

Quanto ao presidente Lula, a pesquisa evidenciou que, nesta primeira edição do levantamento durante o seu terceiro terceiro mandato, a confiança dos brasileiros em sua gestão atingiu o maior nível desde 2012, marcando 50 pontos na escala do ICS, nove a mais do que registrado em 2022, último ano da gestão Jair Bolsonaro (PL). Os eleitores do Nordeste são os que declaram maior confiança em Lula, com o presidente da República marcando 66 pontos na região.

A pesquisa, contudo, também revela que ainda são muitos os que não confiam nas instituições que organizam, representam e deliberam interesses da população, o que é considerado significativo em um contexto de reconstrução da democracia. A confiança dos brasileiros no sistema eleitoral também recuou, alcançando 53 pontos em 2023, após uma campanha de difamação das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral durante o pleito de 2022.

A pesquisa Ipec entrevistou presencialmente 2 mil moradores de 127 municípios entre 1° e 5 de julho, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos sobre os resultados do total da amostra, dentro de um intervalo de confiança de 95%.

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