Mello, primo do ex-presidente Collor de Mello, afirmou nesta segunda-feira à mídia conservadora que as críticas sofridas por Cristiano Zanin após o voto contrário à descriminalização do porte de drogas para uso pessoal são improcedentes. Ele adiantou que teria votado de forma semelhante ao novo ministro.
12h49 - de Brasília
Quando até o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, apoiador de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sai em defesa do voto de Cristiano Zanin, recém-chegado à Corte, sinal que as forças de esquerda precisam rever seus conceitos ao garantir o apoio irrestrito às decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), autor da indicação do advogado pessoal.

Mello, primo do ex-presidente Collor de Mello, afirmou nesta segunda-feira à mídia conservadora que as críticas sofridas por Cristiano Zanin após o voto contrário à descriminalização do porte de drogas para uso pessoal são improcedentes. Ele adiantou que teria votado de forma semelhante ao novo ministro.
Eleições
— Eu, se estivesse lá, votaria como ele votou. Porque não nos cabe normatizar. Quem normatiza é o Congresso Nacional. Foi quando o próprio presidente (Rodrigo) Pacheco, do Senado, disse: olha, não é incumbência do Supremo afastar a glosa penal, que não alcança a liberdade de ir e vir, só medidas protetivas mediante decisão judicial — afirmou.
Zanin tem sido criticado por juristas e políticos progressistas por suas posições alinhadas ao campo conservador. Marco Aurélio Mello, por sua vez, aposentou-se em 2021 garantindo total apoio a Bolsonaro, na eleição do ano passado, contra Lula. Ele diz ser necessária uma autocontenção maior, no STF.
— Eu sempre preconizei isso, no colegiado. Cada Poder deve atuar na área que a Constituição reserva. O que incumbe ao Supremo? Ele pode fulminar uma lei por inconstitucional no processo objetivo. Agora, simplesmente ter uma opção política normativa é um equívoco — concluiu.