Por conta da guerra na Ucrânia, os EUA têm iniciado uma reaproximação do regime de Nicolás Maduro para suprir a necessidade do combustível fóssil para o público interno.
Por Redação, com ANSA - de Caracas
As autoridades da Venezuela libertaram dois norte-americanos que haviam sido presos no país na noite de terça-feira, em ato que ocorre dois dias após a primeira reunião entre Caracas e Washington em anos.
Apesar da "coincidência", a libertação dos dois homens não faz parte de nenhum acordo por conta do petróleo venezuelano, informam fontes de Washington ao jornal The News York Times.
Por conta da guerra na Ucrânia, os EUA têm iniciado uma reaproximação do regime de Nicolás Maduro para suprir a necessidade do combustível fóssil para o público interno.
Os libertados são Gustavo Cardenas, um diretor da refinaria de petróleo venezuelana Citgo, filial da PDVSA, que estava num grupo de seis diretores norte-americanos condenados pela Venezuela a penas de oito e 13 anos de prisão por "apropriação indébita"; e José Alberto Fernández, um turista cubano-americano acusado de terrorismo por ter utilizado "ilegalmente", segundo seus advogados, um drone no país em fevereiro de 2021.
Decisão venezuelana
Após a decisão venezuelana, o secretário norte-americano de Estado, Antony Blinken, comemorou a soltura.
– Comemoramos a libertação e o retorno muito esperados de Gustavo Cardenas e Jorge Alberto Fernández, que estavam presos na Venezuela. Temos mais trabalho a fazer – escreveu em sua conta no Twitter.
Desde a reunião entre Maduro e uma delegação de alto nível em Caracas no último sábado, o governo da Venezuela vem anunciando medidas antes impensáveis.
Aliado da Rússia, em dependência que aumentou desde o início dos embargos e das sanções norte-americanas, o presidente anunciou que estava "muito preocupado" com o conflito na Ucrânia e que seu governo iria trabalhar para ajudar nas conversas de paz.
Além disso, o mandatário anunciou a retomada das negociações com a oposição política no país, suspensas desde outubro do ano passado, para as eleições do fim do ano.
Segundo informações de fontes de Washington, repercutidas pela mídia do país, os EUA querem suprir o petróleo e o gás russos - que foram embargados na terça-feira, com os combustíveis fósseis produzidos pela Venezuela.