A líder petista destacou que a eleição deverá ocorrer daqui a pouco mais de três meses, em 6 de julho, tempo suficiente para a conversa entre os campos opostos.
Por Redação – de Brasília
Ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), a deputada lincenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR) acredita que o PT vai chegar a um “bom termo” de consenso sobre quem vai presidir o partido pelos próximos anos. A legenda, formada por uma série de correntes, tem o ex-ministro Edinho Silva como principal candidato à Presidência do partido.

— A unificação é um processo em construção — afirmou Hoffmann, em entrevista ao canal norte-americano de TV CNN, nesta sexta-feira.
Reeleição
A líder petista destacou que a eleição deverá ocorrer daqui a pouco mais de três meses, em 6 de julho, tempo suficiente para a conversa entre os campos opostos.
— Até lá, vai acontecer a discussão da unificação — previu a presidente da agremiação partidária de 2017 até o início deste ano, quando assumiu a articulação política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorrerá à reeleição, em 2016.
Segundo Hoffmann, o presidente Lula está “muito disposto” para concorrer a um quarto mandato.
— O presidente está muito disposto, com energia, vontade. Está lançando projeto… A gente espera muito que seja nosso candidato; em relação ao adversário, não nos cabe escolher, qualquer um vamos ter que enfrentar — afirmou.
‘Medroso’
Quanto aos adversários, Hoffmann fez questão de mirar na direção do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o chamado filho ’03’ do ex-mandatário neofascista, derrotado nas urnas e acusado, no Supremo Tribunal Federal (STF), de liderar o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro.
Hoffmann afirmou à CNN que o ’03′ “presta um desserviço” ao mentir sobre a situação no país. Também afirmou que o parlamentar é “medroso” por fugir do debate político.
— Eduardo Bolsonaro presta desserviço ao Brasil, difamando o país, mentindo sobre o Brasil lá fora, dizendo que aqui é um ditadura, ou seja, ele tentou criar uma situação pra se vitimizar e dizer que ele estava sendo perseguido — afirmou.
Debate
O deputado anunciou sua licença do mandato na terça-feira e o o afastamento, por 122 dias, e sem remuneração foi oficializado na véspera. Ele justificou que permanecerá nos Estados Unidos para “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.
— A ditadura quem defende são eles, são os Bolsonaro, que defenderam ditadores, os torturadores publicamente e que queriam fazer um golpe de Estado aqui. Então, em primeiro lugar o que tem que ficar claro é isso. Segundo, o problema dele é que ele não enfrenta o debate político, é medroso. Ou seja, ele tinha que enfrentar o debate político aqui — desafiou Hoffmann.
Para a ministra, o deputado foi aos Estados Unidos articular uma lei contra o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF).
— Era uma lei contra o ministro Alexandre de Moraes, uma lei contra a nossa Supremo Corte. Não podemos admitir isso. Esse país aqui não pode ser governado pelos interesses americanos. Então, é um desserviço o que ele presta ao país — acrescentou.
Nova escala
Ainda na entrevista Hoffmann comentou sobre o regime de trabalho, no país, e saiu em defesa do fim da escala de 6×1. Para ela, o debate tem que ser feito.
— Sempre fomos a favor do fim da escala 6×1, o presidente Lula também, as centrais sindicais. Essa é uma luta antiga e nós temos que travar esse debate no Congresso Nacional, porque isso atinge milhões e milhões de trabalhadores — pontuou.
A ministra ponderou, no entanto, que é necessário pensar em uma alternativa para mitigar o impacto às pequenas empresas