Rio de Janeiro, 21 de Maio de 2025

STF valida acordo sobre uso de câmeras por PM de São Paulo

Supremo Tribunal Federal aprova acordo que amplia uso de câmeras corporais por policiais militares em São Paulo, visando maior transparência e segurança.

Sexta, 09 de Maio de 2025 às 12:36, por: CdB

Os equipamentos devem estar sempre ligados em operações de grande porte, incursões em favelas e ações contra ataques a agentes.

Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo

O Supremo Tribunal Federal homologou um acordo entre o governo de São Paulo, a Defensoria Pública estadual e o Ministério Público que amplia e regulamenta o uso de câmeras corporais por policiais militares. A decisão foi anunciada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, durante sessão plenária na quinta-feira 8.

STF valida acordo sobre uso de câmeras por PM de São Paulo | Câmera corporal em uniforme de policial militar do Estado de São Paulo
Câmera corporal em uniforme de policial militar do Estado de São Paulo

O acordo prevê a ampliação em 25% do número de câmeras corporais em operação no Estado, totalizando 15 mil equipamentos.

Entre os principais pontos do acordo está a obrigatoriedade do uso das câmeras em operações de grande porte, incursões em favelas e ações de resposta a ataques contra agentes da Polícia Militar. Nessas situações, o deslocamento de policiais com câmeras deverá ser priorizado. Caso contrário, será necessário apresentar justificativas técnicas ou administrativas.

Além disso, o governo paulista se comprometeu a implementar funcionalidades nos equipamentos, como acionamento remoto das gravações pelo Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) e ativação automática via Bluetooth em um raio de até 10 metros entre dispositivos. Outra inovação será a reativação automática da câmera em até um minuto caso o agente interrompa manualmente a gravação durante uma ocorrência.

No campo disciplinar, o acordo prevê a criação de uma norma operacional no prazo de 60 dias, a ampliação dos programas de capacitação dos policiais e a estruturação de um sistema de monitoramento e auditoria sobre o uso dos equipamentos.

Implementação total das câmeras

O texto também estabelece que o Estado desenvolva, em até dois meses, indicadores para avaliar a efetividade da política pública, com participação da Defensoria e do MP. Serão realizadas auditorias periódicas e publicados relatórios anuais e trimestrais durante a fase de implementação total das câmeras.

Barroso ressaltou que o acordo representa um ponto de equilíbrio entre a liberdade da Administração Pública na formulação de políticas e a necessidade de proteger direitos fundamentais, especialmente das populações mais vulneráveis.

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