Gonçalves destacou a atitude golpista de Bolsonaro, na reunião com embaixadores ocorrida 76 dias antes das eleições. Naquele dia, ele incitou e propagou mentiras para representantes internacionais, segundo o magistrado.
Por Redação - de Brasília
Na leitura do extenso voto, concluída na noite anterior, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves concluiu pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por oito anos. Em um voto em defesa da democracia, o ministro afirmou que o ex-mandatário neofascista é inteiramente responsável pela disseminação de uma “paranoia eleitoreira”.
Gonçalves destacou a atitude golpista de Bolsonaro, na reunião com embaixadores ocorrida 76 dias antes das eleições. Naquele dia, ele incitou e propagou mentiras para representantes internacionais, segundo o magistrado. Bolsonaro colocou dúvidas infundadas nas eleições por razões eleitoreiras, para instigar seus eleitores radicais, pontua.
Agora, o TSE discute a inelegibilidade do ex-presidente até 2030. Esta, no entanto, é apenas uma de mais de uma dezena de ações que tramitam na Justiça Especial. Em seu voto, o relator condenou Bolsonaro por abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022. E rejeitou todas as teses da defesa de Bolsonaro.
TV Brasil
O ministro também rejeitou a comparação levantada pela defesa de Bolsonaro entre a reunião de embaixadores e o encontro conduzido pelo então presidente do TSE, Edson Fachin. À época das eleições, ele convocou diplomatas e representantes estrangeiros para explicar o processo eleitoral brasileiro. Já a defesa de Bolsonaro quis apontar as mentiras do ex-presidente como similares a um compromisso oficial do Estado brasileiro.
Benedito também ressaltou que a reunião de Bolsonaro foi transmitida pela TV Brasil, um canal público.