“O eleitor sempre sabe em quem vota. Nunca sabe, contudo, a quem seu voto ajudará a eleger. Muitos partidos implicam muitos acordos, num investimento maior, portanto, de tempo e recursos políticos para construir e manter coalizões governamentais", escreveu a senadora Simone Tebet, em seu relatório.
10h45 - de Brasília
O relatório de Simone Tebet (MDB-MS), da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado marcou a tramitação, nesta quinta-feira, da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma eleitoral. A parlamentar recomendou a aprovação do projeto aprovado na Câmara dos Deputados, mas retirou do texto os artigos que tratam do retorno das coligações partidárias para cargos proporcionais.
A sessão, na noite passada, foi encerrada por um pedido de vista e a votação e adiada para uma data ainda não definida. A senadora justificou a retirada afirmando que as coligações distorcem a vontade do eleitor, por permitir eleger candidatos com orientações políticas diferentes daqueles escolhidos, acabam estimulando a criação de mais partidos e, por fim, dificultam a governabilidade.
Relatório
“O eleitor sempre sabe em quem vota. Nunca sabe, contudo, a quem seu voto ajudará a eleger. Muitos partidos implicam muitos acordos, num investimento maior, portanto, de tempo e recursos políticos para construir e manter coalizões governamentais. O resultado pode ser paralisia decisória, descontentamento dos eleitores, perda de legitimidade dos governos”, disse, na leitura de seu relatório.
O retorno das coligações foi aprovado na Câmara como “moeda de troca” para evitar adoção do voto distrital, o chamado ‘distritão’. O projeto faz uma reformulação ampla em toda a legislação partidária e eleitoral. Para vigorar já nas eleições de 2022, as medidas têm de ser sancionadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) até o dia 2 de outubro, um ano antes do primeiro turno.