Rio de Janeiro, 11 de Dezembro de 2025

Rio: PF combate esquema de R$ 15 milhões ligado à Justiça do Trabalho

A Polícia Federal desarticula esquema de desvio de R$ 15 milhões na Justiça do Trabalho, envolvendo falsos beneficiários e um servidor como articulador central.

Quinta, 11 de Dezembro de 2025 às 12:59, por: CdB

Servidor é apontado como articulador do esquema que incluía terceiros como falsos beneficiários.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

A Polícia Federal desencadeou nesta quinta-feira a Operação Apócrifo para desarticular um esquema de desvio de valores de contas da Justiça do Trabalho que deveriam ser destinados ao pagamento de alvarás judiciais. As investigações apontam que aproximadamente R$ 15 milhões foram desviados entre 2022 e 2025 por meio de fraude envolvendo a habilitação de pessoas que não faziam parte dos processos judiciais.

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Policial federal faz buscas em um dos endereços alvo dos agentes

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos investigados, localizados em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e em Valença, no Sul do estado. A ação mobilizou equipes da PF e mira tanto participantes diretos da fraude quanto eventuais beneficiários do esquema.

Como funcionava a fraude

De acordo com a Polícia Federal, o esquema consistia em inserir terceiros estranhos às ações trabalhistas como supostos beneficiários de valores a receber, permitindo que sacassem recursos que, na verdade, pertenciam a trabalhadores ou empresas envolvidas em processos judiciais. Um servidor da Justiça do Trabalho foi identificado como o principal responsável pela execução da fraude e se tornou alvo central da operação.

O inquérito policial teve início após o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região detectar irregularidades nos pagamentos de alvarás. Ao identificar sinais de possível participação de servidores, o TRT-RJ enviou informações e documentos à Polícia Federal, que aprofundou a investigação até reunir indícios suficientes para deflagrar a Apócrifo.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de peculato e inserção de dados falsos em sistemas de informação, conforme previsto no Código Penal. A Delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu, responsável pela investigação, seguirá analisando o material apreendido para identificar eventual ampliação do esquema e rastrear o caminho dos valores desviados.

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