Rio de Janeiro, 08 de Dezembro de 2025

PF prende dois PMs por repassar táticas do Bope ao Comando Vermelho

Dois policiais militares são presos pela PF por repassar informações do Bope ao Comando Vermelho. Operação Tredo investiga vazamentos e apoio à facção.

Segunda, 08 de Dezembro de 2025 às 11:48, por: CdB

Operação Tredo mira policiais suspeitos de vazar ações sigilosas e apoiar a cúpula da facção no Rio.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira, dois policiais militares suspeitos de repassar informações internas sobre operações ao alto escalão do Comando Vermelho (CV). As detenções fazem parte da Operação Tredo, que investiga o vazamento de dados estratégicos para líderes da facção.

PF prende dois PMs por repassar táticas do Bope ao Comando Vermelho | Ao todo, os agentes cumprem 11 mandados de prisão e seis de busca e apreensão
Ao todo, os agentes cumprem 11 mandados de prisão e seis de busca e apreensão

Entre os presos está o 2º sargento Rodolfo Henrique da Rosa, integrante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Ele é apontado como informante de Carlos da Costa Neves, o Gardenal, considerado gerente-geral do tráfico no Complexo da Penha e articulador da expansão do grupo criminoso na Grande Jacarepaguá.

Da Rosa também atuava na definição das equipes do Bope escaladas para operações. O outro detido é o PM Luciano da Costa Ramos Junior.

Ao todo, os agentes cumprem 11 mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. Entre os alvos ainda não localizados estão Gardenal e Edgar Alves de Andrade, o Doca, principal liderança do CV.

A operação

A operação contou com apoio do próprio Bope e da Corregedoria da Polícia Militar. A investigação teve início após a troca de informações com a Operação Buzz Bomb, deflagrada em setembro de 2024, que apurava a participação de um militar da Marinha no fornecimento de drones e no treinamento de traficantes para manusear o equipamento. A cooperação entre os casos foi autorizada judicialmente.

Os suspeitos poderão responder por organização criminosa armada, corrupção ativa e passiva, homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma e violação de sigilo funcional.

A ação integra a Missão Redentor 2, iniciativa da PF para enfraquecer grupos criminosos no Rio, alinhada às determinações do Supremo Tribunal Federal na ADPF 635. O nome ‘Tredo’ faz referência ao termo que significa traidor — alguém que rompe a confiança e age de forma desleal.

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