Operação Tredo mira policiais suspeitos de vazar ações sigilosas e apoiar a cúpula da facção no Rio.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira, dois policiais militares suspeitos de repassar informações internas sobre operações ao alto escalão do Comando Vermelho (CV). As detenções fazem parte da Operação Tredo, que investiga o vazamento de dados estratégicos para líderes da facção.

Entre os presos está o 2º sargento Rodolfo Henrique da Rosa, integrante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Ele é apontado como informante de Carlos da Costa Neves, o Gardenal, considerado gerente-geral do tráfico no Complexo da Penha e articulador da expansão do grupo criminoso na Grande Jacarepaguá.
Da Rosa também atuava na definição das equipes do Bope escaladas para operações. O outro detido é o PM Luciano da Costa Ramos Junior.
Ao todo, os agentes cumprem 11 mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. Entre os alvos ainda não localizados estão Gardenal e Edgar Alves de Andrade, o Doca, principal liderança do CV.
A operação
A operação contou com apoio do próprio Bope e da Corregedoria da Polícia Militar. A investigação teve início após a troca de informações com a Operação Buzz Bomb, deflagrada em setembro de 2024, que apurava a participação de um militar da Marinha no fornecimento de drones e no treinamento de traficantes para manusear o equipamento. A cooperação entre os casos foi autorizada judicialmente.
Os suspeitos poderão responder por organização criminosa armada, corrupção ativa e passiva, homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma e violação de sigilo funcional.
A ação integra a Missão Redentor 2, iniciativa da PF para enfraquecer grupos criminosos no Rio, alinhada às determinações do Supremo Tribunal Federal na ADPF 635. O nome ‘Tredo’ faz referência ao termo que significa traidor — alguém que rompe a confiança e age de forma desleal.