Os bandidos armados abordavam e ameaçavam pedestres e motoristas no Jardim Botânico, Gávea e Lagoa, exigindo celulares, senhas e joias.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Uma operação da Polícia Civil prendeu seis integrantes de uma quadrilha especializada em roubos e furtos de celulares na Zona Sul do Rio, nesta quarta-feira. O grupo, que atua a partir do Complexo do Lins, na Zona Norte, usava motocicletas para abordar as vítimas e agir de forma rápida roubando os aparelhos e dados bancários delas.

Os presos são Andreia Cajado Moura, Bruna Alves Coelho, Luiz Carlos dos Santos Moraes, Marcos Eduardo Gonçalves Lima, Rodrigo de Almeida Silva e Yandra Rafaela Moura de Souza. Outros dois investigados seguem foragidos. A 40ª Vara Criminal e da 3ª Vara de Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio expediram os mandados de prisão.
De acordo com a 15ª DP (Gávea), a quadrilha tem ligação com o Comando Vermelho, e alimenta um mercado paralelo baseado na venda dos dados bancários. A delegada titular, Daniela Terra, explica que o esquema movimenta alto volume financeiro diário.
– Esse ciclo, roubo e furto de celulares, uso de dados das vítimas, compra e revenda de mercadorias obtidas de forma ilícita, é o que garante um fluxo de dinheiro diário grande para as organizações criminosas.
Repasse de dados das vítimas
Os bandidos armados abordavam e ameaçavam pedestres e motoristas no Jardim Botânico, Gávea e Lagoa, exigindo celulares, senhas e joias. Em seguida, os aparelhos eram levados a um ponto próximo para que os dados fossem repassados a um grupo interno da quadrilha.
Além dos assaltantes, outros membros eram responsáveis por usar esses dados para compras online, transferências via Pix e pagamentos indevidos. Comparsas cediam seus endereços para receber mercadorias adquiridas com informações roubadas, geralmente em locais próximos a comunidades dominadas pelo tráfico.
As joias eram revendidas a ourives que atuam dentro do Complexo do Lins, e compram os itens por valores abaixo do mercado. Parte era revendida, parte virava peças usadas pelos próprios criminosos para ostentação nas redes sociais.
Durante uma das buscas, a Polícia Civil apreendeu R$ 9 mil em espécie, cadernos de contabilidade e grande quantidade de ouro na casa de um desses ourives.
– Temos vários cordões grossos, todos em ouro, e o que chama atenção são esses cordões pequenos, gargantilhas com grande valor sentimental: pingentes com números e letras. São peças arrancadas do pescoço das vítimas por criminosos que circulam de moto roubando pedestres e motoristas – disse a delegada.
A operação segue em andamento.