No frigir dos ovos, foi no ninho tucano que o PSD buscou a maior parte de seus novos filiados, nos últimos quatro anos. Na outra ponta, a legenda perdeu mais quadros do que ganhou para o Republicanos e para o PT.
Por Redação – de São Paulo
Criado em 2011 pelo então prefeito paulistano Gilberto Kassab, o PSD amparava-se na máxima que o partido não seria nem de esquerda nem de direita, mas teria um programa “a favor do Brasil”. Sem traduzir ao pé da letra o que significa a frase de efeito, a legenda estabeleceu alianças no espectro mais amplo do arco ideológico e estabeleceu-se em cargos importantes nos governos de diferentes correntes, por todo o país.
Pouco mais de uma década depois, a fórmula permanece mais atual do que nunca. Números precisos, obtidos pela reportagem do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo junto aos tribunais eleitorais, revelam que o PSD se alinha “de forma geral a partidos do chamado ‘Centrão’, bloco de identificação ideológica difusa, que pode formar alianças com governos da esquerda à direita, a depender dos interesses atendidos”.
— Vejo com naturalidade que o maior número de alianças tenha sido com partidos de centro. Mas nosso objetivo é, sempre que possível, ter candidatura própria — disse Kassab.
Justificativa
No frigir dos ovos, foi no ninho tucano que o PSD buscou a maior parte de seus novos filiados, nos últimos quatro anos. Na outra ponta, a legenda perdeu mais quadros do que ganhou para o Republicanos e para o PT. Com o PL, de ultradireita, a migração se equivale, com 798 deixando o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro para se filiar ao PSD, e 807 no caminho inverso.
No Congresso, o partido vota mais alinhado ao MDB, Avante, PP, Solidariedade, União Brasil e Republicanos. A maior discordância ocorre com o Novo e o PL. Ainda assim, deputados do PSD votaram ao lado de colegas do PL em 57% das vezes. Com o PT, porém, a taxa de apoio é muito maior, com 84% das vezes, em uma justificativa ao fato que detém três ministérios de peso no governo.
Com tamanha fluidez, Kassab se permite integrar desde o governo Lula (PT) ao mesmo tempo em que atua como conselheiro de seu adversário declarado, em São Paulo, como secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível substituto de Bolsonaro nas urnas, em 2026. Na Bahia, porém, o PSD do senador Otto Alencar é aliado próximo da gestão petista.