O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco) informou, no início desta tarde, que 324 profissionais da categoria já entregaram seus cargos comissionados. De acordo com o Sindifisco, já houve baixa de todos os delegados em 10 regiões fiscais do país, justamente nos Estados mais relevantes da Federação.
Por Redação - de Brasília
Um grupo majoritário de auditores da Receita Federal (RF) iniciaram, nesta quarta-feira, um movimento de protesto que consiste na entrega dos cargos de chefia, após a aprovação do Orçamento de 2022. O ato, que mina a corrente de comando no principal núcleo da arrecadação federal, reflete a revolta da categoria com os cortes na verba destinada à RF e com o reajuste salarial apenas a policiais federais, uma demanda direta do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco) informou, no início desta tarde, que 324 profissionais da categoria já entregaram seus cargos comissionados. De acordo com o Sindifisco, já houve baixa de todos os delegados em 10 regiões fiscais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
A renúncia aos cargos de chefia não significa um pedido de demissão do funcionário, que permanece exercendo suas funções como servidores concursados. Mas, sem chefia, a Receita fica sem comando e com suas atividades comprometidas. De acordo com dados do Painel Estatístico de Pessoal, um salário de auditor fiscal na Receita pode chegar a R$ 30.303,62.
Relatórios
Os auditores marcaram uma assembleia para esta quinta-feira e o indicativo do Sindifisco é para a entrega de todos os cargos de chefia e a paralisação total das atividades do órgão.
— Vamos formalizar a entrega de cargos em todos os graus de hierarquia. Não é intenção, é entrega formal. Vamos deixar o órgão à deriva, e só cumprir questões administrativas. É uma paralisação de meta zero, ou seja, cruzar os braços — adiantou o presidente do sindicato, Kleber Cabral.
O maior impacto do movimento deverá ocorrer nas aduanas, por onde só deverão passar com normalidade medicamentos, carga viva e bens perecíveis. Os relatórios gerenciais deixarão de ser preenchidos e gerentes de projetos do órgão também abandonarão seus postos.
— Não vamos incomodar as pessoas no fim do ano. O viajante internacional não precisa se preocupar, porque não haverá mudança nas rotinas nos aeroportos — concluiu Cabral.