No poder desde agosto de 2022, o presidente de esquerda não conseguiu convencer os congressistas para que deem luz verde a seus projetos de lei com vistas a modificar o sistema de saúde, de pensões e trabalhista.
Por Redação, com CartaCapital - de Bogotá
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs na sexta-feira mudar a Constituição diante da negativa do Congresso opositor de aprovar várias de suas reformas ambiciosas, em um choque que motivou várias manifestações.
No poder desde agosto de 2022, o presidente de esquerda não conseguiu convencer os congressistas para que deem luz verde a seus projetos de lei com vistas a modificar o sistema de saúde, de pensões e trabalhista.
– Se as instituições que hoje temos na Colômbia não são capazes de estarem à altura das reformas sociais que o povo decretou através de seu voto (…) então a Colômbia tem que ir para uma Assembleia Nacional Constituinte – disse durante uma mobilização de indígenas que o apoiam na cidade de Cali (sudoeste).
É a primeira vez que Petro sugere modificar a Carta Magna. Antes, pediu a seus eleitores que saíssem às ruas para pressionar o Congresso.
– A Colômbia não tem que se ajoelhar, o triunfo popular de 2022 se respeita – acrescentou.
O governo quer reduzir a participação privada na prestação dos serviços de saúde e no pagamento de pensões, assim como ampliar os benefícios aos trabalhadores. Mas Petro perdeu as maiorias nas casas do Legislativo poucos meses depois de sua posse.
Oposição
A oposição assinala que o presidente está determinado a tornar realidade suas propostas passando por cima das instituições e costuma compará-lo com seu homólogo venezuelano Nicolás Maduro.
O congressista Hernán Cadavid, do partido de direita Centro Democrático, classificou os planos de Petro de “perigosos”. “Ele fará o que for preciso para desestabilizar este país e se manter no poder”, escreveu na rede social X.
A atual Constituição da Colômbia, escrita em 1991, foi resultado da desmobilização da guerrilha urbana M-19, à qual Petro pertenceu em sua juventude.