Ainda em seu discurso, Lula reafirmou que não cabe ao governo promover interferências na Polícia Federal (PF) ou nas políticas de segurança dos Estados.
Por Redação - de Brasília
Ao se despedir do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), que agora ocupa uma cadeira no Senado antes de migrar, definitivamente, para o Supremo Tribunal Federal (STF), e assinar o termo de posse do novo ministro da pasta, Ricardo Lewandowski, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou a necessidade de se combater, firmemente, o crime organizado no país. Lula argumentou que as facções criminosas têm tentáculos em todas as atividades sócio-econômicas, do futebol à política.
— O crime organizado não é uma coisa de uma favela, não é uma coisa de uma cidade, de um Estado — observou.
Multinacional
Segundo o presidente, o crime organizado “é uma indústria multinacional de fazer delitos internacionais”.
— E o crime organizado está em toda atividade desse país. Se a gente quiser pegar do futebol ao poder Judiciário, à classe política brasileira e à classe empresarial, o crime organizado está metido, e mancomunado com gente nos Estados Unidos, com o crime organizado da França, da Suécia, da Holanda. Ou seja, é uma multinacional com muito poder — destacou.
Em seguida, ainda em seu discurso, Lula reafirmou que não cabe ao governo promover interferências na Polícia Federal (PF) ou nas políticas de segurança dos Estados.
Confiança
— Ninguém persegue ninguém, a Polícia Federal não persegue ninguém, o governo federal não quer se intrometer a fazer a política de segurança nos estados. O que nós queremos é construir com os governadores dos estados as parcerias necessárias para que a gente possa ajudar a combater o crime — acentuou.
Aos presentes, Lula também teceu elogios ao novo ministro e a Flávio Dino.
— A única coisa que eu quero que você tenha certeza é de que eu estou indicando para ser ministro da Justiça no lugar do Flávio Dino um homem que eu respeito, que tenho 100% de confiança. Não é em qualquer momento histórico que uma nação tem o direito de entregar para a Suprema Corte uma pessoa da qualidade do Flávio Dino e não é em qualquer momento histórico que uma nação pode entregar para ser ministro da Justiça um homem da qualidade do Lewandowski — concluiu.