A investigação, que durou seis meses, revelou que os criminosos ofereciam cursos falsos de informática para jovens nas residências, com o objetivo de identificar nas casas um idoso que ficasse sozinho no local.
Por Redação, com ACS - de Rio de Janeiro
A Secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio da 17ª DP (São Cristóvão) com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), prendeu, no início desse mês, uma quadrilha formada por uma família que vinha aplicando furtos e estelionatos contra idosos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais. Paulo Barbosa dos Santos, de 70 anos, Alberto Oliveira dos Santos, de 42 anos, e Bruno Santos Pereira, de 23, avô, filho e neto, respectivamente, estavam atuando no Rio desde o segundo semestre do ano passado. Eles foram presos Rodovia Lúcio Meira, na altura do município de Três Rios, no Estado do Rio, quando retornavam da Bahia. O grupo seguia para São Paulo. A investigação, que durou seis meses, revelou que os criminosos ofereciam cursos falsos de informática para jovens nas residências, com o objetivo de identificar nas casas um idoso que ficasse sozinho no local. A partir daí, Paulo, o integrante mais velho da quadrilha, seguia para o local assim que o neto deixa a casa. Ele se identificava como funcionário da empresa de uma empresa de energia e informava que precisaria realizar uma vistoria no relógio da casa. A partir da confirmação falsa de uma peça defeituosa no relógio, Paulo contava à vítima que era necessária a troca por um novo aparelho, e que o serviço teria o custo de, aproximadamente, R$ 300. Em seguida, ele alegava que o serviço poderia ser feito gratuitamente a partir de um falso convênio entre a concessionária com a agência bancária da vítima. Diante de tal oferta, os idosos entregavam os seus cartões bancários ao criminoso, que passava os mesmos em uma máquina e pedia às vítimas que digitassem suas senhas bancárias. No entanto, a referida máquina era uma etiquetadora, e todas as senhas eram salvas e depois impressas pelos criminosos, que já tinham os cartões. A última etapa do golpe consistia em sair do local e para isso havia duas formas dependendo das características das vítimas. Em alguns casos, elas eram envolvidas na conversa dos criminosos e esqueciam de pegar seus cartões, deixando assim os golpistas saírem livremente com o falso serviço de reparo agendado. Já em outros casos, os criminosos solicitavam a elas que ligassem a máquina de lavar ou chuveiro elétrico da casa para que fosse realizado um teste e quando essas entravam em suas residências o autor fugia do local. O filho de Paulo, Alberto, tinha a função de falso fiscal, porém permanecia no carro na maioria dos casos. Era dele a responsabilidade de agilizar o plano de fuga e a imediata utilização do cartão pela quadrilha.