Segundo os policiais, os criminosos citam ter vínculo com uma das maiores facções do Estado e são apontados como responsáveis por vários homicídios, inclusive de integrantes da mesma quadrilha, ocorridos em Três Rios e por espalhar medo e violência na cidade.
Por Redação, com ACS - de Rio de Janeiro
Policiais civis da 108ª DP (Três Rios) realizam, nesta terça-feira, a "Operação Horus" contra uma organização criminosa de traficantes que atua na região central do município de Três Rios. O objetivo é cumprir 34 mandados de prisão temporária, cinco de busca e apreensão contra adolescentes infratores e outros 59 de busca e apreensão domiciliar.
Até o momento, 22 pessoas foram presas e três menores apreendidos durante a ação desta terça-feira. Um dos acusados foi preso em flagrante com uma metralhadora. Segundo a 108ª DP, cinco alvos já estão presos e um adolescente cumpre pena em uma unidade socioeducativa. Contra eles também foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão.
Cerca de 130 policiais participam da ação, que tem apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de outras 27 delegacias do interior do Estado. As prisões, apreensões de adolescentes infratores e buscas domiciliares têm por objetivo localizar armas, drogas, anotações e coletar informações das transações financeiras da organização, que podem chegar a valores semanais superiores a R$ 50 mil.
As investigações duraram um ano. Os agentes monitoraram os traficantes e identificaram que a organização criminosa que atua no bairro Jardim Glória tem forte relação com outras quadrilhas que vendem drogas, instaladas em diversos pontos da cidade de Três Rios.
Segundo os policiais, os criminosos citam ter vínculo com uma das maiores facções do estado e são apontados como responsáveis por vários homicídios, inclusive de integrantes da mesma quadrilha, ocorridos em Três Rios e por espalhar medo e violência na cidade.
Em meados de 2022, dois irmãos, insatisfeitos com a condução da quadrilha, foram emboscados e mortos por indivíduos que até então eram seus comparsas. O fato permitiu esclarecer detalhes das práticas criminosas do grupo que, meses antes, já havia sido apontado como responsável por atirar contra policiais militares.
As investigações revelaram que a organização possui uma estrutura especializada, em que cada um de seus integrantes possui funções e papéis definidos. Preocupados em preservar um negócio altamente lucrativo, mapearam o bairro e instalaram olheiros em diferentes pontos. Inserida na localidade há anos e tendo sua história confundida com a da própria região, a quadrilha foi forjada como um grupo comandado por integrantes de uma mesma família.
Fluxo de chegada
Controlando o fluxo de chegada, distribuição e venda de drogas, traficantes liderados por um indivíduo que se apresenta como "dono do tráfico local" criaram uma rotina em que os dias da semana foram divididos entre membros de uma família, que controlava a comercialização de entorpecente e é responsável pela remessa do dinheiro para o líder do grupo que, de acordo com os agentes, está escondido em uma comunidade da capital do Rio de Janeiro.
A investigação revelou, ainda, uma suposta aproximação da organização com líderes comunitários da região, por meio de festas realizadas com o dinheiro do tráfico. A quadrilha também seria responsável pela tomada de decisão contra ladrões e agressores de mulheres, por meio de regras e comandos próprios.