PF apreendeu, logo no início das investigações, R$ 1,5 milhão em espécie; além de anotações e planilhas, em um avião que fazia o percurso Salvador-Brasília. As evidências apreendidas serviram de base para a segunda fase da investigação.
Por Redação – de Brasília
A ‘Operação Overclean’, deflagrada pela Polícia Federal (PF) há cerca de um mês, começa a expor possíveis conexões entre ao menos cinco altos dirigentes nacionais do partido União Brasil e empresas e suspeitos investigados por desvios milionários de recursos públicos. A investigação, que tramita na 1ª instância da Justiça Federal, teve início para apurar fraudes em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).

O inquérito ganhou amplitude após a quebra de sigilos e interceptações que revelaram um esquema envolvendo contratos milionários com governos federal, estaduais e municipais, conforme apurou o jornalista Fabio Serapião, do site brasiliense de notícias ‘Metrópoles’.
Segunda fase
A PF apreendeu, logo no início das investigações, R$ 1,5 milhão em espécie; além de anotações e planilhas, em um avião que fazia o percurso Salvador-Brasília. As evidências apreendidas serviram de base para a segunda fase da investigação, resultando em prisões relacionadas a contratos fraudulentos com prefeituras baianas. As investigações seguem em andamento, com foco na identificação de quem se beneficiava do esquema de corrupção.
No relatório inicial da PF, entre os nomes destacados, está o presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, que mantém relações com José Marcos de Moura, conhecido como ‘Rei do Lixo’, na Bahia, e apontado como um dos líderes da organização criminosa. Moura, empresário e integrante do partido, nega envolvimento em atividades ilícitas a diz não possuir contratos com o DNOCS ou vínculos com obras públicas.
Conversas
Outro suspeito, no âmbito da ‘Operação Overclean’ é o senador Davi Alcolumbre (UB-AP), candidato à Presidência do Senado. A chefe de gabinete do parlamentar, Ana Paula Magalhães, está citada em conversas interceptadas pela PF, com autorização judicial.
O deputado Elmar Nascimento (UB-BA) também é citado na investigação. O primo dele, Francisco Nascimento, foi preso sob a acusação de facilitar fraudes em licitações na cidade de Campo Formoso (BA), ajustando editais e negociando propinas. Emendas parlamentares de Nascimento, por sua vez, financiaram obras da empresa investigada Allpha Pavimentações. O deputado afirmou não ser alvo da operação e destacou sua longa trajetória sem envolvimento em investigações.
— Não sou alvo, nem fui sequer citado (nas investigações) — conclui o deputado.