A tendência progressista recuou de 39% para 35% desde a última apuração, em abril, enquanto a extrema direita avançou de 31% para 35%, maior patamar já constatado até agora.
Por Redação – de São Paulo
O Brasil, hoje, é uma nação dividida entre as forças neofascistas, de ultradireita, e o eleitorado de centro-esquerda. É o que mostra uma pesquisa do Instituto DataFolha divulgada nesta quarta-feira, pela primeira vez na série histórica iniciada em dezembro de 2022.

A tendência progressista recuou de 39% para 35% desde a última apuração, em abril, enquanto a extrema direita avançou de 31% para 35%, maior patamar já constatado até agora. Ao longo dos últimos dois anos e meio — logo após as eleições que conduziram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu terceiro mandato — o DataFolha perguntou em nove ocasiões aos entrevistados:
— Considerando uma escala de um (direita) a cinco (esquerda), em qual número você se encaixa?
Polarizados
Os entrevistados que responderam “um” ou “dois” foram classificadas como conservadores, e as que dizem “quatro” ou “cinco” foram categorizadas como progressistas. Somados, os dois grupos polarizados representam 70% da população.
O restante se divide entre os 20% que responderam “três”, portanto considerados neutros; outros 7% que afirmaram não se identificar com nenhum dos dois lados; e mais 2% que não souberam responder. Os percentuais permaneceram no mesmo patamar durante toda a série histórica.
A queda do grupo daqueles que apoiam o Partido dos Trabalhadores (PT) coincide com a crise de popularidade do governo Lula. Na semana passada, o Datafolha indicou que 40% o avaliam como ruim ou péssimo, e 28%, bom ou ótimo, o que o faz manter a marca de maior reprovação de seus três mandatos.
Gestão
Após cinco meses à frente da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, o ministro Sidônio Palmeira ainda patina na tentativa de melhorar a situação e encontrar uma marca para a terceira passagem do petista pelo Planalto, em meio a um período de sucessivas crises que abalam o governo.
Na outra ponta, o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não repercutiu negativamente na sua imagem entre os apoiadores da ultradireita. O ex-mandatário é réu sob acusação de liderar uma tentativa de golpe para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022.
O levantamento foi feito presencialmente nos dias 10 e 11 de junho, portanto durante e após os interrogatórios conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, transmitidos ao vivo. Foram entrevistadas 2.004 pessoas, em 136 municípios de todas as regiões do país, com margem de erro de dois pontos percentuais.