Em outra análise, tanto o PT como os governistas avaliam que a pesquisa mostra que Sergio Moro não chegará a lugar algum, caso resolva manter sua candidatura até o fim. Eles dizem que quem classifica o ex-juiz como competitivo é apenas ele próprio, setores da mídia e caciques de partidos da centro-direita.
Por Redação - de São Paulo
O resultado da pesquisa do Datafolha divulgado na véspera reforça a previsão de que a disputa da eleição de 2022 será apenas entre Lula, o maior líder popular do país, e o presidente Jair Bolsonaro (PL). No principal cenário apurado pela pesquisa, no entanto, se a eleição fosse hoje, Lula venceria no primeiro turno.
O petista tem 48%, enquanto a soma de votos de todos os outros nomes (Bolsonaro, Moro, Ciro e Doria) chega a apenas 42%. Bolsonaro aparece com 22%, bem atrás de Lula e perdendo para o ex-presidente também no 2º turno, e o ex-juiz suspeito Moro figura com apenas 9%.
Tanto o PT como os governistas avaliam que a pesquisa mostra que Sergio Moro não chegará a lugar algum, caso resolva manter sua candidatura. Eles dizem que quem classifica o ex-juiz como competitivo é apenas ele próprio, setores da mídia e caciques de partidos da centro-direita.
Debandada
A pesquisa do Datafolha mostra, ainda, está havendo uma debandada de eleitores de Bolsonaro. O levantamento revela que 4 em cada 10 apoiadores do presidente há três anos desertaram. Parte expressiva desses eleitores mudou o voto para Lula.
Num hipotético cenário de segundo turno com o PT, desta vez representado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 63% dos que votaram em Bolsonaro contra Haddad na última eleição repetiriam a dose agora.
Já Lula conquista 26% dos antigos apoiadores de Bolsonaro, enquanto 10% votariam nulo ou branco. Ou seja, 1 em cada 4 eleitores que rejeitaram o candidato do PT em 2018 estão dispostos a apoiar o nome do partido agora.
Carnaval
Para o líder partidário de direita Gilberto Kassab, presidente do PSD, a pesquisa Datafolha “consolida a força de Lula para 2022”. O ex-prefeito paulistano ainda não faz uma avaliação definitiva do quadro eleitoral porque, segundo afirmou ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, "o brasileiro só mostra interesse na eleição depois do Carnaval".
— Lula se consolida. Está praticamente certo que ele estará no segundo turno. A entrada de Moro pouco tirou de Bolsonaro e não mexeu nos demais, Ciro Gomes e João Doria — resumiu Kassab.