Há um mês, em aferição quanto ao primeiro turno, o ex-presidente estava 15 pontos à frente do atual mandatário num cenário enxuto de candidatos (44% a 29%). Agora, a dianteira de Lula foi ampliada para 21 pontos (47% a 26%). O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aparece com 9%, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 6%.
Por Redação - de São Paulo
O avanço do líder popular Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disparou tanto nas simulações de primeiro turno como na de segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Os dados constam da nova rodada da pesquisa da Quaest Consultoria, encomendada pelo corretora Genial Investimentos e divulgada nesta quarta-feira.
Há um mês, em aferição quanto ao primeiro turno, o ex-presidente estava 15 pontos à frente do atual mandatário num cenário enxuto de candidatos (44% a 29%). Agora, a dianteira de Lula foi ampliada para 21 pontos (47% a 26%). O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aparece com 9%, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 6%.
Na simulação de segundo turno, a dianteira do petista cresceu quatro pontos em um mês. O placar de 54% a 33% do início de agosto passou para 55% a 30% na pesquisa mais recente. A Quaest entrevistou 2 mil eleitores, face a face, em domicílios, entre os dias 26 e 29 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Pandemia
Assim, a ideia segundo a qual a esperada queda de preocupação dos brasileiros com a pandemia tenderia a favorecer eleitoralmente Bolsonaro está em xeque. Uma pesquisa divulgada nesta manhã sugere o oposto. O presidente perde conforme as pessoas passam a dar maior atenção à economia e à inflação.
Em julho, a pandemia era líder absoluta na lista das principais preocupações dos brasileiros. Era citada por 41% como o principal problema do país, taxa muito acima dos 12% que mencionavam economia ou inflação. Agora, com o avanço da vacinação, as citações à pandemia caíram para 28% enquanto as menções à economia ou inflação saltaram para 27%.
— A queda das citações à pandemia mostra mudança relevante na perspectiva da população. As pessoas estão cada vez mais preocupadas com economia, inflação e desemprego. Alguns achavam que esse cenário favoreceria Bolsonaro, já que ele apostou no discurso contra o isolamento, contra as restrições ao comércio. Mas o que parece é que uma maior atenção à economia abre espaço para uma nova frente de críticas ao presidente — disse o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Terceira via
A consultoria também testou cenários de primeiro turno com uma quantidade ampliada de candidatos. As taxas de Lula e Bolsonaro, porém, mudam pouco. Num desses cenários amplos, o petista marca 44%, o atual presidente fica com 25%. O apresentador de TV José Luiz Datena (PSL) marca 7%; Ciro, 6%; Doria, 3%; o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), 2%; e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), 1%. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não pontua.
A aparente solidificação das intenções de voto em Lula e Bolsonaro não é o único sinal negativo para quem aposta no crescimento de uma terceira via. Em outro trecho da pesquisa, a Quaest apurou que caiu de 31% para 25% o contingente de eleitores que citam “nem Lula nem Bolsonaro” como preferência para 2022.
— A incapacidade política de articulação de uma terceira via está consolidando a polarização. Ninguém tira voto de Lula nem de Bolsonaro — acrescentou Nunes.
Eleitorado
As taxas de rejeição apontam para o mesmo sentido. Conforme o levantamento, 62% dizem que conhecem Bolsonaro e não votariam nele. Mas quatro candidatos a “quebrar a polarização” têm mais rejeição que Lula.
Enquanto 40% dizem que conhecem e não voltam no petista, Doria tem 57% de rejeição; Ciro, 53%; Datena, 46%; e Mandetta, 41%.
Pacheco, Tebet e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), têm taxas menores do que as de Lula nesse quesito. Mas todos são desconhecidos por 60% do eleitorado ou mais.