Pesquisa DataFolha derruba última mentira de Bolsonaro sobre as urnas
O fenômeno sempre existiu, mas em uma escala tão pequena que seria impossível alterar o resultado final da contagem de votos, que consagrou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa do DataFolha analisou o resultado do segundo turno desde 2002.
O fenômeno sempre existiu, mas em uma escala tão pequena que seria impossível alterar o resultado final da contagem de votos, que consagrou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. No fim da apuração, apenas 143 seções tiveram votos apenas para Lula e quatro onde somente Bolsonaro foi votado.
Por Redação - de São Paulo
Sob a aprovação tácita do presidente Jair Bolsonaro (PL), a divulgação de vídeos, áudios e textos produzidos com dados descontextualizados e informações notadamente falsas têm se disseminado em grupos bolsonaristas como supostas "provas" de fraude nas eleições. Uma das últimas teorias conspiratórias seria a existência de localidades em que o candidato neofascista não recebeu um voto sequer, no segundo turno.
As urnas eletrônicas demonstraram, mais uma vez, que são confiáveis e à prova de notícias falsas dos bolsonaristas
O fenômeno sempre existiu, mas em uma escala tão pequena que seria impossível alterar o resultado final da contagem de votos, que consagrou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. No fim da apuração, apenas 143 seções tiveram votos apenas para Lula e quatro onde somente Bolsonaro foi votado.
A pesquisa do DataFolha analisou o resultado do segundo turno desde 2002, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e percebeu que isso acontece em todos os anos, para os dois candidatos que disputavam as eleições.
Em 2018, quando Bolsonaro saiu vitorioso, ele teve todos os votos em quatro urnas do país, enquanto Fernando Haddad (PT) foi o único votado em 328. Em comparação a 2018, portanto, a quantidade de urnas que tiveram apenas voto em candidato do PT diminuiu. Já em 2014, foram 11 urnas com votos apenas em Aécio Neves (PSDB) e 192 somente para Dilma Rousseff (PT).
Indígena
As seções em que apenas Lula foi votado neste ano representam uma percentagem ínfima do total de urnas do país: 0,03% – cada seção eleitoral possui uma urna. Ao todo 16.455 votos foram obtidos pelo petista nessas seções, o que corresponde a 0,77% dos mais de 2,1 milhões de votos que Lula e Bolsonaro tiveram de diferença no segundo turno.
A maioria (55%) das seções em que apenas um dos candidatos recebeu votos teve menos de 100 pessoas votando. A média nessas urnas foi de 116 eleitores. Para efeito de comparação, a seção mais movimentada na cidade de São Paulo teve 429 pessoas votando no segundo turno. Neste ano, das 143 seções em que só Lula foi votado, 118 ficam no Nordeste ou no Norte do país, sendo que muitas delas em áreas com grande presença indígena e quilombola.
O destaque ficou com o Estado do Maranhão, onde Lula foi o único votado em 47 urnas. No Estado do Amazonas foram 23 urnas em que apenas o petista foi votado; sete delas, por exemplo, ficam em São Gabriel da Cachoeira, e quatro, em Atalaia no Norte, localidades com forte presença indígena.