O manifesto é uma resposta às revelações feitas pela Polícia Federal (PF) sobre os preparativos para um golpe de Estado por parte dos bolsonaristas entre 2022 e 2023.
Por Redação - de Brasília
Representantes da sociedade civil, parlamentares, juristas e líderes de diversos movimentos populares, organizações sociais e partidos políticos lançaram, na manhã desta quinta-feira no Salão Verde da Câmara dos Deputados, o manifesto ‘O Brasil escolheu a democracia’, onde "expressam publicamente seu apoio incondicional à democracia como sistema político essencial para a proteção e promoção dos direitos humanos, das liberdades e garantias previstas na Constituição do Brasil", segundo o documento.
O manifesto é uma resposta às revelações feitas pela Polícia Federal (PF) sobre os preparativos para um golpe de Estado por parte dos bolsonaristas entre 2022 e 2023.
"Este alerta à sociedade se faz necessário diante da reação contra a legalidade democrática por parte daqueles que comandaram, organizaram e financiaram os atentados e a barbárie em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Incapazes de contrapor os gravíssimos fatos revelados nas investigações da Polícia Federal, sob supervisão do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria-Geral da República, os mesmos elementos manifestam-se agora contra a Justiça, a democracia e o estado de direito”, acrescenta o texto.
Impunidade
O documento pontua, ainda, que "a trama golpista não começou na reunião ministerial em que se discutiu uma 'virada de mesa' nem se encerrou com a firme repulsa das instituições e da sociedade aos atentados contra as instituições de 8 de janeiro”.
Em seguida, o manifesto critica a convocação de um ato por parte de Jair Bolsonaro (PL) para o próximo dia 25. Espera-se que a ocasião seja usada para atacar as investigações e o próprio Judiciário.
"A reação organizada contra o Inquérito caracteriza a continuidade daquele golpe, pela busca da impunidade de seus comandantes. Ousam, mais uma vez, ameaçar as instituições e afrontar o exame judicial de seus atos, no devido processo legal, com direito à defesa, à presunção de inocência e sob o estado democrático de direito que tentaram destruir”, sublinha o manifesto.
Ainda segundo os signatários, ”não há como entender a reação dos golpistas de outra forma que não seja a de mais um ataque à democracia, apesar dos argumentos falaciosos de quem a convoca, organiza e financia com recursos de origem obscura. Não há como considerar normais, na democracia, manifestações em benefício exclusivo de quem nunca aceitou viver sob seus preceitos”.
“Aqueles que se associarem a elas, seja qual for o pretexto, estarão flertando com o golpismo e rompendo com o caminho que o Brasil escolheu: o caminho da democracia. Só assim poderemos construir um país mais justo, enfrentar as desigualdades, garantir emprego, renda, acesso à terra, educação e saúde, buscando o desenvolvimento social e ambientalmente sustentável", conclui.