Segunda, 01 de Novembro de 2021 às 12:55, por: CdB
Assessores políticos presidente Jair Bolsonaro (sem partido) preveem que o senador adote cada vez mais uma posição antagônica e que, por isso, projetos importantes para o governo tendem a ser prejudicados na Casa. Atualmente, o Senado é o maior obstáculo da articulação política do governo.
Por Redação, com OESP - de Brasília
Ao se filiar ao PSD do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e as especulações sobre sua intenção de disputar as eleições presidenciais de 2022 acenderam um alerta no Palácio do Planalto em relação a possíveis impactos na pauta governista no Congresso.
Assessores políticos presidente Jair Bolsonaro (sem partido) preveem que o senador adote cada vez mais uma posição antagônica e que, por isso, projetos importantes para o governo tendem a ser prejudicados na Casa. Atualmente, o Senado é o maior obstáculo da articulação política do governo.
Rodrigo Pacheco se filiou ao PSD em 27 de outubro, e se tornou um possível adversário do presidente, que deverá tentar a reeleição em 2022. A cerimônia, que reuniu apoiadores da chamada Terceira Via; além de críticos à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro, chamou a atenção de interlocutores do presidente.
— Estamos cansados de viver em meio a tanta incerteza, a tanta incompreensão e intolerância. Uma sociedade dividida, em que cada um não admite o contrário e não aceita a existência do outro, nunca irá chegar a lugar algum — afirmou Pacheco, em discurso durante sua filiação.
Mendonça
Desde que Davi Alcolumbre (DEM-AP), então aliado de Bolsonaro, deixou a presidência da Casa e se desentendeu com o governo por causa de promessas e emendas, a base governista no Senado ficou desorganizada.
Interlocutores de Bolsonaro dizem ser impossível ter previsibilidade de qualquer votação na Casa. O Senado causou ainda meses de desgaste para o Planalto durante o funcionamento da CPI da Covid.
É também nessa casa legislativa onde Alcolumbre tem bloqueado a sabatina do ex-advogado-geral da União André Mendonça para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Também em 27 de outubro, durante entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro disse que Pacheco é "o dono" da pauta no Senado e cobrou que ele coloque matérias em votação.
— Quem é o dono da pauta no Senado é o senhor Rodrigo Pacheco. É ele que tem que botar em pauta (os projetos), assim como quem tem que botar em pauta a possível ida para o Supremo Tribunal Federal do André Mendonça é o senhor Davi Alcolumbre — resumiu Bolsonaro.