Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Operação apura uso de lojas de brinquedos para lavar dinheiro do PCC

A Operação Plush investiga um esquema de lavagem de dinheiro do PCC por meio de lojas de brinquedos, envolvendo empresárias ligadas a Django, ex-integrante da facção.

Quarta, 22 de Outubro de 2025 às 12:02, por: CdB

Empresárias ligadas a “Django”, ex-integrante da facção morto em 2022, são alvo de ação do Gaeco e da Polícia Civil.

Por Redação, com Agenda do Poder – de São Paulo

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em parceria com a Polícia Civil de São Paulo e a Secretaria de Estado da Fazenda, deflagrou nesta quarta-feira a Operação Plush, que tem como alvo um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de lojas de brinquedos.

Operação apura uso de lojas de brinquedos para lavar dinheiro do PCC | Lojas de brinquedos são alvo de operação contra esquema do PCC
Lojas de brinquedos são alvo de operação contra esquema do PCC

A Justiça autorizou o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais localizados na capital paulista, em Guarulhos e em Santo André. Quatro desses endereços ficam em shopping centers e pertencem a uma rede de franquias supostamente usada para movimentar recursos de origem criminosa.

Empresárias ligadas a ex-integrante da facção estão entre os alvos

Entre as pessoas investigadas estão a empresária Natalia Stefani Vitoria, viúva de Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como “Django”, e sua irmã, Priscila Carolina Vitoria Rodrigues. Segundo o Ministério Público de São Paulo, ambas mantinham ligação direta com Django, apontado como “participante ativo e de destaque do comércio de drogas em larga escala, além de armamento pesado para a facção”.

Django foi assassinado em janeiro de 2022, em meio a disputas internas dentro do PCC. Mesmo após sua morte, as autoridades identificaram movimentações financeiras suspeitas associadas à família e aos negócios mantidos por suas ex-companheiras.

Investimentos sem origem comprovada e bloqueio de bens

De acordo com as investigações, Natalia e Priscila não possuíam ocupações formais declaradas, mas realizaram “vultosos investimentos” em quatro lojas de uma mesma rede de brinquedos. O nome da operação, Plush, faz referência ao tipo de produto comercializado nos estabelecimentos — pelúcias e artigos infantis.

Para assegurar a reparação dos danos e o pagamento de eventuais multas, a Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de bens e valores que somam R$ 4,3 milhões. O objetivo é impedir a dissipação do patrimônio até o fim das investigações.

Django já havia sido citado em outra operação

Em abril do ano passado, o nome de Cláudio Marcos de Almeida apareceu na Operação Fim da Linha, que apurava o uso da empresa UPBUS, prestadora de serviços de transporte por ônibus na capital paulista, como fachada para lavar dinheiro obtido com o tráfico.

De acordo com o Ministério Público, Django figurava como um dos principais cotistas da companhia, usada por integrantes do PCC para “branquear” valores oriundos de atividades ilícitas. A Operação Plush agora avança sobre o braço empresarial do grupo, que teria migrado dos transportes para o setor varejista após a morte do traficante.

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