Após o diálogo com a base, nove parlamentares governistas que assinaram o requerimento para criação do colegiado retiraram os apoios, nos últimos dias, e restaram somente 15 parlamentares no termo que criaria a investigação dos atos golpistas.
Por Redação - de Brasília
O núcleo político do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou, nesta segunda-feira, que o Senado criasse uma CPI específica para investigação dos atos terroristas de 8 de Janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Após o diálogo com a base, nove parlamentares governistas que assinaram o requerimento para criação do colegiado retiraram os apoios, nos últimos dias, e restaram somente 15 parlamentares no termo que criaria a investigação dos atos golpistas. Ao todo, seriam necessários 27 senadores para que a CPI fosse criada; além da boa vontade do presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para ler o requerimento em Plenário.
Assinaturas
O prazo para a coleta de assinaturas se encerrou na sexta-feira, junto com a confirmação se manteriam, ou não, o apoio à comissão proposta pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), em janeiro. O governo era contrário à iniciativa por avaliar que a instalação de uma CPI acabaria por prejudicar a votação de projetos considerados de extrema importância.
Ao longo dos últimos dias, Pacheco conversou com vários senadores para aferir o nível de apoio dos pares sobre a CPI. Aliados do presidente Lula lhe disseram que as assinaturas colhidas durante a legislatura anterior, ainda em janeiro, não poderiam ser ratificadas, automaticamente, para a abertura dos trabalhos na nova legislatura.
Muitos governistas gostariam que o assunto minguasse, mas a oposição pressionou para que Pacheco interviesse, o que levou à desistência da maioria dos signatários.