Ex-ministro nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), Gilberto Carvalho vê “prenúncio de criminalização” do movimento sindical, pede união e defende “revisão de métodos” na comunicação por parte da esquerda.
Por Redação, com Vitor Nuzzi/RBA - de São Paulo
“Quem está no governo são os militares”. A afirmativa coube ao ex-ministro Gilberto Carvalho, durante encontro realizado em São Paulo, nesta sexta-feira. Para o secretário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo de seus dois mandatos, “a força militar mais o sistema financeiro é que vão dar as cartas”.
Gilberto Carvalho falou, ainda, na necessária mudança de métodos – do movimento sindical e da esquerda – e de soma de forças.
— Nós vamos ter de nos unir muito. O pior que a gente pode fazer agora é subestimar o que está acontecendo — afirmou Carvalho, referindo-se a aspectos da atual gestão que, segundo ele, podem desviar a atenção para medidas que estão sendo e serão implementadas.
Estratégias
O fim do Ministério do Trabalho e a transferência do campo de registro sindical para o Ministério da Justiça – leia-se Sergio Moro – é, segundo o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, prenúncio de “perseguição e criminalização” de entidades sindicais.
— Foi justamente a criminalização que impediu que a gente ganhasse a eleição — emendou, citando a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desgaste
Carvalho também defendeu que os movimentos repensem estratégias de atuação.
— Temos de rever os nossos métodos de trabalho. As nossas formas de comunicação têm de ser revolucionadas. Tenhamos coragem de rever os nossos métodos. Eu pertenço a um partido que tem de rever os seus métodos — acrescentou.
Carvalho também aposta em um rápido desgaste do governo Bolsonaro.
— Esse ídolo, se tem cabeça de ouro, tem pé de barro — concluiu.