Bolsonaro foi alertado para o fato de que "há implicações geopolíticas importantes' e que mudar a embaixada 'é um passo arriscado”, disse a jornalista Mônica Bergamo, na coluna que mantém em um dos diários conservadores paulistanos.
Por Redação - de Brasília
Pressionado pela ala militar do governo, Jair Bolsonaro decidiu não mais transferir a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém. Embora esteja decidido a manter a retórica sobre a mudança – que foi discutida com o assessor norte-americano John Bolton e atende apenas à política externa dos Estados Unidos – ele não vai fixar data para a transferência da representação diplomática.
A opção é deixar o assunto em suspenso, sem anunciar data para que a transferência ocorra – o que na prática caracteriza o recuo.
Bolsonaro foi alertado para o fato de que "há implicações geopolíticas importantes' e que mudar a embaixada 'é um passo arriscado”, disse a jornalista Mônica Bergamo, na coluna que mantém em um dos diários conservadores paulistanos.
Terrorismo
Ainda segundo a nota, Bolsonaro “está sendo aconselhado a implantar qualquer decisão 'de forma paulatina'. A abertura de um escritório de negócios em Jerusalém, por exemplo, poderia ser uma alternativa à mudança pura e simples do endereço da representação diplomática”.
A jornalista informa, ainda, que "um dos temas da conversa que Bolsonaro teve com o embaixador de Israel, Yossi Shelley, foi justamente a abertura de um escritório da República Tcheca em Jerusalém. O assunto foi puxado pelo diplomata”.
“O setor militar do governo é um dos que alertam para as possíveis consequências de um gesto mais radical”, acrescentou. O general e vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, disse recentemente a jornalistas que a mudança da embaixada é um fato que poderia transferir o terrorismo para o Brasil.