A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Tais decisões certamente não podem ser tomadas sem o chefe de Estado. Foi uma decisão dele”, disse.
Por Redação, com ANSA – de Moscou
A decisão da Rússia de conceder asilo político ao ex-ditador da Síria Bashar al-Assad e à família dele foi tomada pessoalmente pelo presidente Vladimir Putin, que era o principal fiador do regime derrubado por rebeldes jihadistas no último fim de semana.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Tais decisões certamente não podem ser tomadas sem o chefe de Estado. Foi uma decisão dele”, disse.
Assad e sua família fugiram para Moscou no fim de semana, pouco antes da entrada dos rebeldes na capital Damasco, no ápice de uma ofensiva relâmpago que derrubou o regime em apenas 11 dias, após mais de 13 anos de guerra.
Ainda de acordo com Peskov, não está previsto nenhum encontro de Putin com Assad neste momento. “Aquilo que aconteceu provavelmente surpreendeu o mundo todo, e nós não somos exceção”, declarou o porta-voz.
Em Moscou, a bandeira da oposição síria foi hasteada na embaixada do país árabe.
Grupo islamita
Os rebeldes são liderados pelo grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante, antigo braço da Al Qaeda na Síria, mas a oposição a Assad também inclui forças seculares apoiadas pela Turquia e pelos Estados Unidos, além dos curdos.
A queda do regime que governou o país por mais de 50 anos será tema de uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira, às 17h (horário de Brasília).
Enquanto isso, forças terrestres de Israel cruzaram a zona desmilitarizada na fronteira entre os dois países pela primeira vez desde outubro de 1973 – tanto o Hezbollah quanto o Irã, inimigos de Tel Aviv, apoiavam Assad.
Segundo o ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, o Exército destruiu depósitos suspeitos de abrigarem armas químicas e foguetes de longo alcance. O objetivo era evitar que tais armamentos caíssem nas mãos de grupos “hostis”.