O Eixo da Resistência inclui o movimento islâmico palestino Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah, os rebeldes Houthis, do Iêmen, e milícias no Iraque e na Síria.
Por Redação, com Lusa – de Teerã
O chefe da diplomacia do Irã, Abbas Araghchi, admitiu que o chamado Eixo da Resistência, a aliança anti-Israel liderada por Teerã, será afetado pela queda do presidente Bashar al-Assad na Síria.
– É natural que a frente de resistência seja afetada – disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, em entrevista transmitida pela televisão no domingo à noite.
O Eixo da Resistência inclui o movimento islâmico palestino Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah, os rebeldes Houthis, do Iêmen, e milícias no Iraque e na Síria.
O país árabe era o único que fazia parte dessa aliança e desempenhou papel importante porque deu ao Irã acesso direto ao Hezbollah.
O chefe da diplomacia iraniana reconheceu que a Síria era um dos membros mais importantes da aliança e “tem desempenhado papel significativo no confronto com Israel e no apoio aos palestinos”.
No entanto, Araghchi sustentou que a resistência não irá parar sem a Síria.
– Pode haver algumas limitações, mas a resistência encontrará o caminho a seguir – disse.
O ministro garantiu que o grupo libanês Hezbollah dispõe de “munições, equipamentos e instalações para os próximos um ou dois anos”.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, fará nesta quarta-feira um discurso sobre os “acontecimentos recentes na região” após a queda de al-Assad.
Khamenei falará sobre os acontecimentos recentes na região, informou uma das contas nas redes sociais da mais alta autoridade religiosa e política do país persa.
O discurso será feito na Mesquita Imam Khomeini, em Teerã, durante encontro com “milhares de pessoas de diferentes origens”.
A última vez que Khamenei fez um discurso desse tipo foi no início de outubro, para marcar a morte do líder da milícia libanesa Hezbollah, Hasan Nasrallah.
Os rebeldes declararam nesse domingo Damasco livre do presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia.
O presidente sírio, que esteve no poder 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde e asilou-se na Rússia, segundo as agências de notícias russas TASS e Ria Novost.
Rússia e China
Rússia e China manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, por meio de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.