Ainda segundo o ministro, a regulação das plataformas vem sendo debatida em nível internacional, “o que mostra que não é um tema específico deste governo (…) É uma questão da sociedade”.
Por Redação - de Brasília
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou que chamadas 'big techs' foram irresponsáveis ao não coibir a propagação de conteúdos preparatórios e de convocação dos atos terroristas de 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

— Infelizmente, sim (foram irresponsáveis). Essas empresas, todas elas de um modo geral, podem se autorregular e elas fazem isso. Existem filtros na internet? Sim ou não? Claro que existem. Existem mecanismos pelos quais as ‘big techs’ sabem o que está circulando e induzem, inclusive, a circulação de certos conteúdos — disse Dino à agência britânica de notícias BBC Brasil.
Ainda segundo o ministro, a regulação das plataformas vem sendo debatida em nível internacional, “o que mostra que não é um tema específico deste governo (…) É uma questão da sociedade”.
Investigado
— Não existe nenhuma instituição humana que seja desregulada (…). Por que a internet deve ser governada pela lei da selva? Pelo vale-tudo? No caso da proposta do Ministério da Justiça, nós não estamos tratando de desinformação abstratamente. Nós estamos tratando de seis crimes tipificados em lei. Por que a internet pode permitir que pessoas ensinem a matar pessoas, a fabricar bombas para destruir prédios? Um shopping center pode fazer isso? — questionou.
Na entrevista, Dino também destacou que Jair Bolsonaro (PL) se colocou na condição de investigado e que, por isso, teme ser preso.
— Bolsonaro comparece como investigado nos inquéritos por atos dele mesmo. Ele que se colocou na condição de investigado — conclui.