Meia-volta volver do presidente não passa de um ‘jogo de dissimulação’
Mauro Menezes, no entanto, acredita que tudo não passa de uma “conduta dissimulada” por parte de Bolsonaro. Atitudes, contudo, que visam a manter, com “idas e vindas”, a mobilização da base mais radical. O intuito, no entanto, é fragilizar as instituições democráticas e abrir caminho para a sua permanência no poder.
Mauro Menezes, no entanto, acredita que tudo não passa de uma “conduta dissimulada” por parte de Bolsonaro. Atitudes, contudo, que visam a manter, com “idas e vindas”, a mobilização da base mais radical. O intuito, no entanto, é fragilizar as instituições democráticas e abrir caminho para a sua permanência no poder.
Por Redação - de São Paulo
Ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República e integrante do grupo Prerrogativas, o advogado Mauro Menezes classificou como um “jogo de dissimulação” a “Declaração à Nação“, publicada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na véspera. Redigida pelo ex-presidente Michel Temer, a carta foi considerada uma espécie de pedido de desculpas às investidas contra a democracia, em especial ao Supremo Tribunal Federal (STF), no 7 de Setembro.
O ex-presidente de facto Michel Temer foi chamado ao Planalto, para escrever a carta de Bolsonaro
Menezes, no entanto, acredita que tudo não passe de uma “conduta dissimulada” por parte de Bolsonaro. São atitudes, contudo, que visam a manter, com “idas e vindas”, a mobilização da sua base mais radical. O intuito, no entanto, é fragilizar as instituições democráticas, com o objetivo de abrir caminho para a sua permanência no poder.
— A democracia brasileira está em risco. E todos aqueles que realmente creem na importância de manter o regime democrático no país não podem considerar que crimes graves como esses possam ser desculpados ou esquecidos — disse o jurista à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).
Manobras
Menezes também classificou Bolsonaro como “inimigo da democracia”, “inimigo da Constituição”, que age “diuturnamente” contra as instituições da República.
— E não há meio caminho, ou mediação possível com aquele que descumpre a Constituição, com aquele que é inimigo da democracia, e quer destruir o sistema legal — acrescentou.
Segundo o advogado, em uma crítica direta ao ex-presidente de facto Michel Temer, ele “abdicou há muito tempo” da sua condição de respeitabilidade como jurista. Nesse sentido, lembrou que Temer atuou às margem da Constituição, ao urdir o golpe do impedimento contra a presidenta deposta Dilma Rousseff. Menezes também responsabiliza Temer pela “desconstrução” das instituições democráticas e das políticas públicas “que nos levaram a Bolsonaro”.
— O aparecimento dele ao lado de Bolsonaro, inclusive quando o presidente do seu partido (MDB) havia sinalizado apoio ao impeachment, revela que ele (Temer) permanece atado a manobras e subterfúgios sombrios — conclui.