Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2025

Novos documentos revelam crimes graves atribuídos a Sérgio Moro

Documentos esquecidos na 13ª Vara Federal de Curitiba revelam graves acusações contra Sérgio Moro, incluindo escutas ilegais de autoridades. Saiba mais.

Quarta, 17 de Dezembro de 2025 às 20:12, por: CdB

O material estava esquecido na 13ª Vara Federal de Curitiba e inclui transcrições de áudios envolvendo desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e o então presidente do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), Heinz Herwig.

Por Redação – de Brasília

A Polícia Federal (PF) apreendeu nesta quarta-feira uma série de documentos, relatórios de inteligência e gravações que reforçam as graves acusações que pesam contra o ex-juiz parcial e incompetente Sergio Moro. O magistrado que chefiou a ‘Operação Lava Jato’, segundo o inquérito em curso, autorizou e determinou a realização de escutas contra autoridades com foro privilegiado, sem autorização de tribunais superiores.

Novos documentos revelam crimes graves atribuídos a Sérgio Moro | Ex-juiz suspeito e incompetente Sergio Moro é alvo de investigação no STF
Ex-juiz suspeito e incompetente Sergio Moro é alvo de investigação no STF

O material estava esquecido na 13ª Vara Federal de Curitiba e inclui transcrições de áudios envolvendo desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e o então presidente do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), Heinz Herwig.

As novas evidências confirmam denúncias feitas originalmente pelo ex-deputado estadual Tony Garcia, que firmou acordo de delação premiada com Moro em 2004. De acordo com o material apreendido pela PF, as escutas sustentam as queixas de Garcia de que delatores eram utilizados para monitorar autoridades fora do alcance legal do juiz, com o objetivo de produzir material de pressão.

 

Despacho

Entre os alvos do juiz estavam desembargadores do TRF-4, responsáveis por revisar decisões da Justiça Federal no Paraná, e o presidente do TCE-PR, que, por prerrogativa de função, só poderia ser investigado mediante autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A gravação envolvendo Heinz Herwig ocorreu em fevereiro de 2005. Cinco meses depois, segundo os documentos apreendidos, Moro determinou formalmente que o delator repetisse a tentativa de escuta. Em despacho de julho daquele ano, o então juiz escreveu:

“Considerando os termos do acordo, reputa este Juízo conveniente tentativas de reuniões, com escuta ambiental, com Roberto Bertholdo, Michel Saliba e novamente com Heinz, visto que as gravações até o momento são insatisfatórias para os fins pretendidos”.

 

Decisão

A PF encontrou também registros de gravações envolvendo desembargadores do TRF-4 realizadas por outro colaborador da Vara, o advogado Sérgio Costa. Assim como no caso do presidente do TCE, magistrados com essa prerrogativa só poderiam ser investigados mediante decisão do STJ, o que não ocorreu.

A ordem de busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba foi expedida pelo ministro Dias Toffoli, após sucessivas solicitações do Supremo Tribunal Federal (STF) por documentos, fitas e gravações que não haviam sido encaminhados à Corte, mesmo depois da saída de Moro da magistratura.

Toffoli apura denúncias de que delatores teriam sido usados para monitorar autoridades fora do alcance legal do então juiz, com o objetivo de pressioná-las posteriormente. O procedimento tramita sob sigilo.

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