Na conversa em que o parlamentar teria ouvido de Bolsonaro o nome de Ricardo Barros no esquema de corrupção na compra das vacinas indianas Covaxin, também teriam sido mencionados outros dois chefes do grupo parlamentar conhecido como ‘Centrão’.
Por Redação - de Brasília
Aumentou a pressão sobre o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nesta sexta-feira, com a divulgação de notícia sobre uma possível gravação da conversa entre ele, o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Mirante, em um encontro fora da agenda no Palácio da Alvorada, em março último.
Na conversa em que o parlamentar teria ouvido de Bolsonaro o nome de Ricardo Barros no esquema de corrupção na compra das vacinas indianas Covaxin, também teriam sido mencionados outros dois chefes do grupo parlamentar conhecido como ‘Centrão’. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) estariam também envolvidos no processo irregular.
‘Um susto’
Embora o áudio não tenha sido ainda divulgado, em entrevista à coluna da jornalista Mônica Bergamo no diário conservador Folha de S. Paulo (FSP), o deputado Luís Miranda sugeriu que o seu irmão Luis Ricardo Miranda, teria gravado a conversa com Jair Bolsonaro sobre a existência de um ato lesivo aos cofres brasileiros.
— Estava com meu irmão (Luis Ricardo Fernandes Miranda). E não posso impedir que a pessoa ameaçada grave (uma conversa para se defender). Se fosse eu, gravaria — disse o parlamentar ao ser questionado se o irmão gravou Bolsonaro.
Covaxin
Sobre a conversa com Jair Bolsonaro, o deputado Luís Miranda diz que ele "não é doido" de confrontar a sua versão da conversa de 50 minutos que tiveram. Afirma que se Bolsonaro fizer isso, "vai tomar um susto".
— Não pode me chamar de mentiroso, pode falar qualquer coisa, menos que sou mentiroso — reafirmou e repetiu que Bolsonaro citou o nome do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros, ao tomar conhecimento das denúncias que encaminhou a ele sobre a intermediação da Precisa Medicamentos para a compra da vacina indiana Covaxin.
Miranda afirmou, ainda, que o esquema de corrupção no governo Bolsonaro em torno do escândalo da compra de vacinas pelo Ministério da Saúde pode ser "muito maior" do que o caso da vacina Covaxin. O deputado disse, ainda, que "os militares tinham uma presença meio não republicana” no Ministério da Saúde.