O presidente da Câmara acredita que não há risco para o acordo da União Europeia com o Mercosul diante das recentes queimadas que assolam a região Amazônica.
Por Redação, com Reuters - de Brasília
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira que não há qualquer tipo de ação concreta do governo brasileiro que estimule queimadas em áreas florestais e de proteção ambiental, mas ponderou que alguns comentários do presidente Jair Bolsonaro podem ter gerado “dúvida”.
Para Maia, não há risco para o acordo da União Europeia com o Mercosul diante das recentes queimadas que assolam a região Amazônica e das trocas de farpas entre Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron.
- O Brasil tem relações históricas com a França - disse Maia, avaliando que a atual situação tenha sido construída mais por um “erro de narrativa” do que por um “erro de ação”.
- Não vi nenhuma ação do governo brasileiro estimulando as queimadas, mas a forma como o presidente (Bolsonaro) às vezes fala, pode gerar esse tipo de dúvida - afirmou Maia, repetindo não haver qualquer “ação concreta” oficial que possa “sinalizar o excesso da vocalização do presidente da França nos últimos dias”.
Ao referir-se aos incêndios na Amazônia como um “ecocídio” Macron desferiu críticas à gestão do governo brasileiro, na última semana. O presidente francês também acusou Bolsonaro de mentir ao minimizar preocupações com as mudanças climáticas em uma cúpula do G20 no Japão, em junho, e ameaçou vetar um pacto comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
Ao final da cúpula do G7, Macron anunciou que os países membros do grupo darão uma ajuda emergencial de pelo menos 20 milhões de euros para combater os incêndios na Amazônia.
- Acho que o final de semana foi importante - disse Maia.
- O presidente da França ficou isolado. Acho que ele tem razão na crítica ao desmatamento, todos nós temos a mesma preocupação. Mas daí transformar isso em uma crise da União Europeia com o Brasil, com o Mercosul, um tratado, um acordo que vem sendo construído ao longo de 20 anos, eu acho que os próprios países do G7 deram um freio nesse excesso - completou.
Maia disse ainda que tentará reunir deputados ligados tanto ao meio ambiente quanto o agronegócio para tratar de uma pauta da Câmara e manifestou a intenção de promover encontros com alguns parlamentos de países da região Amazônica para mostrar que a agenda do Brasil e do Congresso “não estará nunca relacionada com a flexibilização da proteção do nosso meio ambiente”.