Rio de Janeiro, 10 de Julho de 2025

Líder petista diz que mídia conservadora apoia governo, mas de forma disfarçada

Haddad, no entanto, acredita na existência de um “jogo de cena” entre a mídia e partidos, como o PSDB e o MDB. Ao mesmo tempo em que atacam a figura do presidente, apoiam a agenda econômica do ministro Paulo Guedes.

Sexta, 29 de Janeiro de 2021 às 13:49, por: CdB

Haddad, no entanto, acredita na existência de um “jogo de cena” entre a mídia e partidos, como o PSDB e o MDB. Ao mesmo tempo em que atacam a figura do presidente, apoiam a agenda econômica do ministro Paulo Guedes.

Por Redação - de São Paulo

Ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à presidência da República, o professor Fernando Haddad acredita que o impeachment do ex-adversário Jair Bolsonaro (sem partido) não pode ser uma questão de conveniência. A questão principal é saber quantas vidas e empregos perdidos podem ser evitados com o seu afastamento.

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Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad até pouco tempo atrás tinha uma coluna na Folha de S. Paulo

Haddad, no entanto, acredita na existência de um “jogo de cena” entre a mídia e partidos, como o PSDB e o MDB. Ao mesmo tempo em que atacam a figura do presidente, apoiam a agenda econômica do ministro Paulo Guedes.

— Quem sustenta hoje o Bolsonaro é o PSDB, do Doria, e o MDB, do Temer — afirmou Haddad, em entrevista à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA), nesta sexta-feira. São esses partidos que, segundo o petista, se adotassem posição firme contra o atual governo poderiam mudar o curso da história.

A verdade

Haddad criticou o papel da imprensa conservadora.

— A (chamada) ‘grande imprensa’ pede timidamente o impeachment do Bolsonaro nos seus editoriais. Mas não cobram o PSDB e o MDB. Não cobram o Doria e o Temer. Ninguém está falando a verdade para as pessoas. Isso é um jogo de cena. Interessa a eles desgastar Bolsonaro como figura pública, enquanto mantêm o apoio à agenda econômica do Guedes — afirmou Haddad.

Ainda mais contundente, Haddad afirmou que a imprensa jogou o país “no colo de um psicopata” em função de uma agenda econômica. Agenda essa que promove a retirada de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, com vistas à margem de lucro dos empresários. Contudo, esse modelo ortodoxo foi abandonado em todo o mundo. O petista citou as diretrizes econômicas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que anunciou pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão. 

— É um absurdo. Estamos na contramão de todas as recomendações, inclusive do FMI — concluiu.

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