Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Julgamento de golpistas na Primeira Turma se consolida junto ao STF

Embora alguns daqueles que não fazem parte do colegiado tenham dito que a questão deveria ser levada ao Plenário, outros acreditam que julgar o ex-mandatário neofascista na Primeira Turma evita desgastes para os demais integrantes do STF.

Sexta, 21 de Fevereiro de 2025 às 19:37, por: CdB

Embora alguns daqueles que não fazem parte do colegiado tenham dito que a questão deveria ser levada ao Plenário, outros acreditam que julgar o ex-mandatário neofascista na Primeira Turma evita desgastes para os demais integrantes do STF.

Por Redação – de Brasília

Embora a decisão do ministro Alexandre de Moraes de manter o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), caso seja aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de golpe de Estado, entre outros, tenha gerado reações contraditórias entre os integrantes da Corte, a maioria concorda com a medida.

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Julgamento de Bolsonaro na Primeira Turma do STF tende a ser consolidado

Segundo levantamento procedido junto aos magistrados do STF pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), e divulgado nesta sexta-feira, a decisão é vista como estratégica e benéfica para o Tribunal por grande parte dos ministros.

Embora alguns daqueles que não fazem parte do colegiado tenham dito que a questão deveria ser levada ao Plenário, outros acreditam que julgar o ex-mandatário neofascista na Primeira Turma evita desgastes para os demais integrantes do STF. 

Um dos magistrados declarou à coluna que a escolha impede que toda a Corte se envolva em um embate direto com a base bolsonarista, que já se mostra hostil ao Tribunal. A preocupação se justifica diante da crescente pressão de parlamentares aliados ao ex-presidente e da expectativa de que esses ataques se intensifiquem após as eleições do ano que vem.

 

Cenário

A opção de Moraes evidencia, no entanto, um dilema interno na Corte. Ainda que alguns ministros priorizem a estratégia institucional e a eficiência processual, outros propõem um julgamento mais amplo para garantir que o veredito seja respaldado pela totalidade do Tribunal.

O desdobramento do impasse poderá, assim, apresentar aspectos dissonantes na relação entre o STF e as forças políticas de ultradireita, ligadas ao ex-presidente, especialmente diante do acirramento do cenário político nos próximos anos.

Outro ponto favorável à decisão, porém, é a possibilidade de um julgamento mais rápido. Com apenas cinco ministros participando da análise do caso, espera-se que o processo tramite com maior celeridade em comparação a um julgamento no plenário, que envolve os 11 integrantes do Supremo.

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