No breve período em que habitou o Palácio Guanabara, o agora ex-governador Wilson Witzel passa à História do Estado do Rio de Janeiro como o primeiro governante a perder o cargo. O breve e inepto político teve a carreira cassada por cinco anos. A perda do mandato foi decidida no final desta tarde, em julgamento na Assembleia Legislativa do Estado.
17h46 - do Rio de Janeiro
Agora ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, o juiz aposentado Wilson Witzel teve concluído o julgamento no Tribunal Especial Misto e foi, definitivamente, afastado do cargo. O placar mínimo de 7 a 0, para o impedimento do governador, foi alcançado perto das 17h, quando já haviam votado os deputados Waldeck Carneiro (PT), Carlos Macedo (Republicanos), Chico Machado (PSD) e Alexandre Freitas (Novo), além dos desembargadores José Carlos Maldonado, Fernando Foch e Teresa Castro Neves.
Uma vez concedidos os 11 votos do colegiado, WItzel terá perdido os direitos políticos por cinco anos. Primeiro a se manifestar, o relator do processo, deputado Waldeck Carneiro, votou pela aprovação do impedimento e pela condenação por crime de responsabilidade, com perda do cargo e cinco anos de inelegibilidade. Witzel não compareceu ao julgamento mas, ainda pela manhã, negou que renunciaria antes de pronunciada sentença.
Legalidade
O Desembargador José Carlos Maldonado seguiu o voto do relator e pediu o impeachment de Witzel. Segundo Maldonado, a questão não fica apenas no entorno de 100 respiradores superfaturados, mas no desvio dos valores correspondentes à edificação dos hospitais de campanha. "Fruto da ganância, sem importar filas, pessoas e a luta contra a morte nas enfermarias", disse.
Carlos Macedo também seguiu Carneiro e votou pelo impedimento do ex-juiz. Macedo afirmou que Witzel teve "atuação comissiva" e concluiu, na análise dos fatos, que as práticas do crime de responsabilidade ocorreram.
Fernando Foch destacou que o princípio da legalidade, imparcialidade, moralidade, publicidade e eficiência é o primeiro a ser observado pela administração pública, além de requerer rigorosa compostura jurídica, e votou com o relator.