Moraes foi citado como destaque “em um momento no qual muitas supremas cortes têm cedido ao autoritarismo e enquanto instituições democráticas demonstraram fragilidade diante líderes populistas e de extrema direita”.
Por Redação, com Reuters – de Londres
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes é o único brasileiro a integrar a lista das 25 pessoas mais influentes do ano feita pelo diário britânico Financial Times (FT), que o incluiu na categoria “heróis”. Divulgada nesta sexta-feira, a lista inclui nomes como o do cantor porto-riquenho Bad Bunny e do banqueiro norte-americano David Solomon, CEO da Goldman Sachs.

Moraes foi citado como destaque “em um momento no qual muitas supremas cortes têm cedido ao autoritarismo e enquanto instituições democráticas demonstraram fragilidade diante líderes populistas e de extrema direita”.
O FT cita a atuação de Moraes quando exerceu a relatoria da ação que condenou os envolvidos na trama golpista do 8 de Janeiro, no STF, entre eles o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão. A justificativa pelo prêmio foi redigida pela historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz.
Constituição
“A atuação de Moraes no enfrentamento aos ataques ao sistema eleitoral, no desmantelamento de redes de desinformação e na responsabilização de figuras públicas fortaleceu, no Brasil, a compreensão coletiva de que a Constituição não é um mero enfeite”, escreveu a convidada do FT.
A historiadora também ponderou que as decisões centralizadas e o uso de “instrumentos jurídicos excepcionais” criam uma “tensão “entre firmeza e excesso”.
“Em democracias, o poder deve sempre estar sujeito a contrapesos, mesmo quando exercido em nome da proteção. Manter a atenção aos riscos inerentes ao uso de poderes tão amplos faz parte da prática democrática que Moraes ajudou a resguardar.”
Na categoria “heróis”, na qual o ministro foi incluído, constam outras seis pessoas, incluindo a atriz e ativista americana Jane Fonda. A lista, segundo o icônico diário britânico, foi feita a partir da escolha de repórteres, colunistas e editores da publicação. O texto que apresenta os nomes diz que os escolhidos podem influenciar o mundo para melhor ou pior.