O ministro desembarcou nesta manhã, em Roma, e retornará ao Brasil nesta quarta-feira. Além da audiência com o papa Francisco, Haddad tem ainda, na agenda, a conferência ‘Enfrentando a Crise da Dívida no Sul Global’, co-organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, ligada ao Vaticano.
Por Redação, com agências internacionais – de Roma
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad encontrou um apoio de peso à proposta do Brasil para taxar os super-ricos. Nesta terça-feira, o ministro reuniu-se com o papa Francisco para conversar sobre a proposta a ser levada ao G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana), sob a presidência brasileira.
O ministro desembarcou nesta manhã, em Roma, e retornará ao Brasil nesta quarta-feira. Além da audiência com o papa Francisco, Haddad tem ainda, na agenda, a conferência ‘Enfrentando a Crise da Dívida no Sul Global’, co-organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, ligada ao Vaticano.
Na audiência com o papa, Haddad apresentou os avanços da presidência brasileira no G20, com destaque para a taxação de grandes fortunas, a luta contra a crise climática, a tragédia climática no Rio Grande do Sul e a crise da dívida dos países do sul global. O ministro também propôs uma posição coordenada entre o Brasil e o Vaticano em relação à Cúpula do G7 (grupo dos sete países democráticos mais ricos), que ocorrerá em Fasano, na Itália, entre 13 e 15 de junho.
Economia
Um dos temas prioritários na trilha financeira do G20, a taxação de até 2% dos rendimentos das maiores fortunas do planeta é vista como oportunidade de reduzir a desigualdade social e combater os efeitos das mudanças climáticas. Recentemente, Haddad disse que a proposta está ganhando a adesão de diversos países e que pode entrar como recomendação das reformas propostas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Pouco antes da reunião com o papa Francisco, Haddad recebeu um apoio inesperado à proposta de taxação das grandes fortunas. A francesa Laurence Tubiana, um dos arquitetos do Acordo de Paris sobre o Clima, afirmou ao diário parisiense Libération que “os indivíduos ricos de todos os países devem pagar mais para enfrentar a crise climática, seja através de impostos ou de taxas sobre o consumo”.
Há um consenso crescente sobre a necessidade de algum tipo de imposto global sobre a riqueza, sendo o Brasil, que sediará a cúpula climática no próximo ano, um apoiante entusiasta.
Outra proposta é a de uma taxa de passageiro frequente, uma vez que as pessoas mais ricas tendem a realizar muito mais voos – em qualquer ano, cerca de metade das pessoas no Reino Unido não voam, por exemplo. Laurence Tubiana, presidente-executivo da Fundação Europeia para o Clima, disse que uma taxa poderia ser direcionada aos assentos da classe executiva e da primeira classe.