Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Haddad: CPMI do 8/1 não atrapalha votação do pacote fiscal no Congresso

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Segunda, 24 de Abril de 2023 às 15:28, por: CdB

Está prevista para a próxima quarta-feira, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a sessão conjunta no Congresso para a instalação da CPMI do 8/1, também é chamada de CPMI do Golpe.


Por Redação - de Brasília

Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad disse, nesta segunda-feira, não acreditar que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Oito de Janeiro (8/1) vai atrapalhar as negociações sobre o arcabouço fiscal entregue na semana passada ao Congresso.

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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad acredita na rápida aprovação do arcabouço fiscal


— Acredito que não. Está tudo tão claro, o que aconteceu no dia 8, do ponto de vista da tentativa de criar no Brasil um ambiente de ruptura institucional. Isso vai ficar cada vez mais claro — disse Haddad, aos jornalistas.

Para o ministro, “não resta dúvida de que houve uma tentativa vil de comprometer a democracia brasileira”.

— Ainda que um ou outro servidor tenha errado na condução do processo de boa-fé, a verdade é que a má-fé está toda do lado dos derrotados, e isso vai ficar transparente — acrescentou.

Recursos


Está prevista para a próxima quarta-feira, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a sessão conjunta no Congresso para a instalação da CPMI do 8/1, também é chamada de CPMI do Golpe.

Haddad comentou ainda  sobre os “ralos” pelos quais escoam enormes quantias de recursos da União em decorrência das renúncias tributárias. Segundo ele, o volume de dinheiro que o governo deixa de arrecadar chega a um rombo de quase R$ 600 bilhões.

Sem lucro


A renúncia desse grande volume de recursos é feita “em nome de meia dúzia que fazem lobby no Congresso e no Judiciário”. De acordo com o ministro, essa renúncia é ilegítima. “Se fosse uma coisa legítima, (era tratada) à luz do dia.”

Haddad comentou que há empresas muito rentáveis que fazem operações de planejamento tributário e simplesmente “não têm mais lucro”.

— Elas não declaram lucro e portanto não pagam Imposto de Renda de Pessoas Jurídica. Transformaram lucro artificialmente em juros sobre capital próprio. Não pagam nem como pessoa física, nem como pessoa jurídica — adverte.

Privilegiados


Segundo o ministro, há um caso em análise no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) no qual existe um auto de infração de R$ 14 bilhões aplicado sobre uma única empresa, “por ter artificialmente inflado seu capital e declarado juro sobre capital próprio para não pagar imposto”. A política que o ministro defende é que casos como esse precisam ser “explicitados”.

O executivo classificou como “escândalo” o mecanismo de juros sobre capital próprio, que provoca o que chama de anomalia. “Bilhões são drenados dos cofres públicos para beneficiar meia dúzia de empresas que fazem engenharia tributária em cima de um dispositivo legal”, disse.

— Essas coisas precisam ser acompanhadas pela sociedade brasileira, (que) precisa saber para onde está indo o dinheiro dela — concluiu.

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