Na noite passada, a Câmara aprovou a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil e desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais.
Por Redação, com Reuters – de Brasília
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad comemorou, nesta quinta-feira, a aprovação pela Câmara do Projeto de Lei (PL) que prevê isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais, no que chamou de “votação histórica”. O executivo se disse esperançoso e com a expectativa de construir outras legislações positivas para o país junto com o Congresso. O texto obteve 493 votos favoráveis e nenhum contrário.

— O placar me deu esperança de que temos muito o que construir juntos. Foi um golaço — celebrou o ministro, ao chegar ao ministério, nesta manhã.
Na noite passada, a Câmara aprovou a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil e desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais.
Alíquota
Para compensar o benefício, o texto prevê a tributação de pessoas com rendimentos acima de R$ 600 mil por ano, com uma alíquota progressiva de até 10%. O texto segue agora para apreciação dos senadores. Para o ministro da Fazenda, as novas regras não buscam apenas justiça tributária.
— É justiça tributária com neutralidade fiscal, ancorada no equilíbrio fiscal e que beneficiará 15 milhões de pessoas. Dez milhões deixarão de pagar imposto de renda; e cinco milhões pagarão menos. Apenas 141 mil (contribuintes), que pagam hoje alíquota média de 2,5%, vão passar a pagar o que chamamos de imposto de renda mínimo. Isso é uma novidade — acrescentou o ministro, ao se referir aos 0,13% dos contribuintes que passarão a contribuir com uma alíquota progressiva de até 10% dos rendimentos.
Perguntado sobre eventuais alterações futuras nas regras aprovadas, Haddad reiterou que toda política pública exige acompanhamento e que não será diferente no caso dessa nova legislação.
Encontro
Haddad anunciou, ainda, que deverá viajar a Washington em meados deste mês para compromissos oficiais. A agenda inclui a reunião dos ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20, marcada para os dias 15 e 16 de outubro.
A viagem abre espaço para encontros bilaterais com autoridades estadunidenses para discutir as tarifas aplicadas pelos EUA ao Brasil.
— Eu provavelmente vou na outra semana (semana do dia 13 de outubro) para Washington. Tenho uns encontros lá e tenho o G20. Eu devo ir e também vai ser uma oportunidade de conversar — adiantou Haddad.
Tesouro
Além da participação no G20, Haddad já havia sinalizado interesse em se reunir com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. O encontro teria como pauta central as tarifas aplicadas pelo governo estadunidense a produtos brasileiros.
— Eu tenho uma ida para os Estados Unidos para o G20. Na pior das hipóteses, acredito que a gente vai se falar lá. Mas quem sabe antes disso os dois gabinetes marquem uma reunião. É possível também — resumiu o ministro.